
Uma das grandes mudanças previstas no Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) passava pelo desdobramento do 3.º e 6.º escalões do IRS, uma medida que iria influenciar os rendimentos anuais de mais de 1,5 milhões de famílias. Esta mudança ficou, entretanto, na gaveta dado o chumbo do orçamento. Mas António Costa - o grande vencedor das legislativas 2022 - já prometeu fazer a revisão das tabelas de IRS ainda este ano. Resta saber se será antes ou depois da entrega da declaração de IRS agendada entre 1 de abril e 30 de junho. A verdade é que sem esta mexida nas tabelas de retenção na fonte a tempo de calcular o IRS em 2022, as famílias podem descontar até 3,5% a mais.
A ideia passava por introduzir dois novos patamares de IRS de forma a desdobrar os escalões entre os 10 e 20 mil euros e entre os 36 e 80 mil euros. E desta forma aumentar o número de escalões de IRS de sete para nove já em 2022. Esta era uma medida inserida no OE 2022, documento que foi chumbado no Parlamento no final do ano passado e que levou a eleições legislativas antecipadas.
Agora, um novo Governo socialista prepara-se para tomar posse com maioria parlamentar e António Costa já se comprometeu em avançar com o desdobramento de escalões de IRS ainda em 2022. A questão é se a medida vai entrar em vigor antes ou depois da entrega da declaração de IRS. Se for depois, o alívio fiscal só será refletido em 2023, escreve o Jornal de Negócios. Rever as tabelas de retenção do imposto a meio do ano pode estar em cima da mesa.

Isto quer dizer que para as famílias abrangidas pelo desdobramento dos escalões de IRS vão reter mais imposto do que deviam, tendo em conta a descida dos escalões que vão acabar por beneficiar em 2023 e que se vai traduzir, regra geral, num reembolso maior de IRS.
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