Diploma visa regular o acesso a metadados referentes a comunicações eletrónicas para fins de investigação penal.
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Acesso a metadados em Portugal
Foto de Anete Lusina

O Governo aprovou esta quinta-feira (26 de maio de 2022), em Conselho de Ministros, a proposta de lei que visa regular o acesso a metadados referentes a comunicações eletrónicas para fins de investigação penal, estando prevista a utilização de bases de dados que as operadoras de telecomunicações já dispõem na sua atividade comercial.

“O diploma, a submeter à apreciação da Assembleia da República, estabelece regras de acesso pelas autoridades judiciárias a dados de tráfego tratados por empresas que oferecem redes e ou serviços de comunicações eletrónicas para efeitos de faturação, quando esteja em causa a investigação de certos crimes e desde que tal seja indispensável para a descoberta da verdade ou a prova seja, de outra forma, impossível ou muito difícil de obter”, refere o Governo, no comunicado do Conselho de Ministros de 26 de maio de 2022.

Em conferência de imprensa, a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, explicou que na base da proposta está uma “mudança de paradigma” que teve em conta a jurisprudência quer do Tribunal Constitucional (TC), quer do Tribunal Judicial da União Europeia (TJUE).

“Não vamos manter uma base de dados separada, com dados conservados durante um ano, para a exclusiva finalidade da investigação criminal. Vamos aceder, sim, às bases de dados que no dia a dia da sua atividade corrente as operadoras já utilizam na sua atividade normal”, referiu a governante, citada pelo ECO

Catarina Sarmento e Castro frisou que o TC sancionou “normas que diziam respeito a uma base de dados específica, conservada durante um ano para fins de investigação criminal em relação a todas as pessoas indistintamente”, e sublinhou que serão usadas as informações que as operadoras, “para prestarem o seu serviço, têm de ter e conservar”. Ou seja, não se cria um dever de retenção de informação relativa a todas as pessoas, pelo que o acesso às bases de dados das operadoras servirá para combater o terrorismo e o tráfico de drogas e pessoas, escreve a publicação.

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