
A temperatura em edifícios públicos, espaços comerciais, estações de autocarros e comboios e aeroportos em Espanha não pode ser inferior a 27 graus no verão e superior a 19 no inverno. Tudo isto para poupar energia, decidiu esta segunda-feira (1 de agosto de 2022) o Governo espanhol. Um pouco por toda a Europa, há países a avançar com medidas que visam poupar energia, que passam, por exemplo, por “cortar” na iluminação e na água quente.
No caso de Espanha, e segundo a Lusa, a medida, que abrangerá também espaços culturais, entre outros, entra em vigor na próxima semana e prevê também que se desligue a iluminação de montras, monumentos e outros edifícios a partir das 22h, assim como as luzes dentro de edifícios públicos quando estão desocupados, explicou a ministra com a pasta da energia no Governo, Teresa Ribera.
Já os espaços com ar condicionado e/ou sistemas de aquecimento abrangidos por estas medidas devem manter fechadas as portas que dão para a rua e colocar termómetros que atestem a temperatura a que está o interior.
Outra das medidas anunciadas pelo Governo espanhol passa por aumentar o teletrabalho na administração pública, tendo a ministra apelado a que as “grandes empresas” façam o mesmo, para haver menos deslocações e menos custos com a climatização de edifícios e com outros consumos de energia.
A ministra falava numa conferência de imprensa em Madrid, no final de um Conselho de Ministros extraordinário que aprovou, nas palavras de Teresa Ribera, um “pacote de medidas urgentes de poupança e eficiência” energética, atendendo “à situação crítica” que vive a Europa por causa da ameaça russa de corte de fornecimento de gás.
Estas medidas vão estar em vigor até novembro de 2023 e “são um primeiro pacote”, que integrará um plano mais completo de redução e eficiência do consumo de energia que o Governo espanhol pretende aprovar depois do verão, acrescentou Teresa Ribera.
Outros países europeus também preparam cortes de energia
São várias os países e sobretudo cidades europeias que anunciaram medidas para poupar energia para fazer face a uma potencial situação de carência que possa surgir por irregularidades no fornecimento de gás da Rússia, do qual países como a Alemanha é dependente. De recordar que os países da União Europeia (UE) acordaram um plano de poupança de 15% do consumo de gás para aumentar as reservas no inverno, e ajudar outros Estados-membros que precisem.
É o caso, por exemplo, da Alemanha, que ativou a segunda fase de um plano de três para poupar gás, sendo que a terceira fase implicará já racionamento, escreve o Público.
Em Hannover, precisamente na Alemanha, foi anunciada a suspensão de água quente nos edifícios públicos, piscinas e centros desportivos, com o aquecimento em edifícios municipais a começar apenas a 1 de outubro. Já Augsburg, também em terras germânicas, planeia desligar fontes públicas que consumam grandes quantidades de energia enquanto Nuremberga decidiu encerrar três das quatro piscinas interiores da cidade.
Em Berlim, o processo arrancou e será feito de forma faseada, com a diminuição da iluminação de quase 200 monumentos e edifícios públicos, incluindo o edifício do Reichstag onde funciona o Parlamento, escreve a publicação.
A medida de fazer cortes na iluminação e a diferença de cerca de 2 graus na climatização dos edifícios governamentais são também soluções adotadas em Itália e na Áustria. Neste país, na cidade de Linz, por exemplo, será desligada a partir das 23h a iluminação de edifícios históricos e pontes sobre o Danúbio, estando a autarquia a identificar mais áreas com potencial de cortes adicionais.
Também França e Irlanda se mostram atentos a este tema, estando a preparar medidas que visam a poupança de energia quer em edifícios estatais quer privados.
*Com Lusa
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