Despesas com retalho, saúde, luz, gás e água são as que mais sobem depois de nascer a criança, aponta o INE.
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Despesas com filhos
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O nascimento do primeiro filho é um grande passo na vida das famílias. Muito muda nas dinâmicas do casal, na organização da casa e da vida. E também há mudanças a considerar nos orçamentos familiares, num momento em que o poder de compra se encontra pressionado pela alta inflação e também pela subida dos juros para quem comprou casa com crédito habitação a taxa variável. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística INE), o nascimento do primeiro filho resulta, em média, num aumento de 20% na despesa mensal das famílias.

Quando nasce o primeiro filho, as famílias sentem que as suas vidas mudam em múltiplas dimensões. E uma delas diz respeito às despesas mensais. "O nascimento do primeiro filho resulta num aumento médio da despesa mensal agregada em 20% nos primeiros seis meses após o nascimento quando comparado com momento anterior ao início da gravidez", aponta o INE no boletim publicado esta terça-feira, dia 23 de maio.

Mas quais são as despesas em concreto que aumentam para as famílias após o nascimento do primeiro filho? Segundo os dados apurados pelo instituto tendo por base a despesa mensal declarada via e-Fatura, a subida da despesa deve-se essencialmente ao aumento médio na fatura nas seguintes áreas:

  • retalho (+52%);
  • saúde (+36%);
  • eletricidade e gás (+16%)
  • água (+9%).

Já as despesas com educação só aumentam a partir dos seis meses da criança.

Por outro lado, as despesas com transportes e atividade de lazer vão diminuindo de forma progressiva a partir do quarto mês de gravidez, atingindo o valor mínimo no mês seguinte ao nascimento do primeiro filho. Só a partir daí é que os pais da criança voltam a ter mais despesas com transportes e lazer. 

"Nos seis meses após o nascimento, as despesas com transportes diminuem 34% quando comparadas com o período anterior ao início da gravidez. As despesas com alojamento e restauração diminuem 31%, recuperando apenas no primeiro aniversário do filho", aponta o gabinete nacional de estatística.

Nascimento do primeiro filho
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Despesas da família sobem 19,7% no mês de nascimento - sobretudo em saúde

"No mês de nascimento, a despesa do agregado familiar regista um pico, sendo em média 19,7% superior nos primeiros seis meses após o nascimento em comparação com os meses anteriores ao início da gravidez", indica ainda o INE.

Isso acontece devido sobretudo às despesas com saúde do agregado familiar. "No mês de nascimento, verifica-se um pico nas despesas de saúde do agregado familiar, que representam cerca de duas vezes mais do que o observado no período anterior ao início da gravidez", explicam. Ainda assim, "a magnitude do efeito nas despesas com saúde diminui nos seis meses seguintes ao nascimento, observando-se em contrapartida um aumento de 51,5% nas despesas em estabelecimentos do setor do retalho", concluem.

No mês de nascimento do primeiro filho bem como no segundo, as despesas com transportes, alojamento e restauração diminuem "drasticamente”. Segundo o INE, no mês seguinte ao nascimento verifica-se uma redução das despesas com transportes de 52,9% e uma queda das despesas com alojamento e restauração de 55,6% quando comparadas com os montantes pré-gravidez.

A partir do segundo mês de vida da criança, as despesas com transportes, atividades recreativas, alojamento e restauração começam progressivamente a aumentar, “nunca atingindo, contudo, os níveis observados nos meses anteriores ao início da gravidez”, sendo as despesas com alojamento e restauração nos 12 meses seguintes ao nascimento a única exceção.

“Momentaneamente, aumentam 4,2% em relação ao período anterior ao início da gravidez, provavelmente em resultado de despesas relacionadas com a celebração do primeiro ano de vida do filho”, constatou o instituto.

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