Países da União Europeia demonstraram esta quinta-feira (3 de abril de 2025) preocupação face às tarifas impostas pelos EUA sobre todas as importações e sobretaxas para os países considerados particularmente hostis ao comércio. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse, no entanto, que o bloco está "pronto para responder", estando a trabalhar em novas medidas de retaliação.
Berlim declarou apoio à União Europeia (UE) na procura de uma solução negociada com Washington sobre as novas tarifas anunciadas por Donald Trump, reiterando que a Europa está pronta para retaliar. O vice-chanceler alemão, Robert Habeck, alertou que os novos impostos norte-americanos podem arrastar países para a recessão e causar danos consideráveis em todo o mundo.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, vai reunir-se com representantes das indústrias afetadas pelas medidas tarifárias anunciadas pelos EUA e, na Polónia, o primeiro-ministro Donald Tusk afirmou que são necessárias decisões adequadas.
A Dinamarca criticou também as novas tarifas. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Lars Lokke Rasmussen, disse que a Europa deve permanecer unida e preparar respostas "sólidas" e proporcionais.
Na Irlanda, o primeiro-ministro, Michael Martin, afirmou que lamenta profundamente as tarifas impostas à UE e apelou a uma reposta "proporcionada" dos 27 Estados membros.
Na mesma linha, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que a introdução pelos EUA de direitos aduaneiros contra a UE é uma medida errada. Mesmo assim, declarou que pretende chegar a um acordo com os EUA, a fim de se evitar uma guerra comercial que enfraqueceria o que chamou "Ocidente" em benefício de outros atores mundiais.
Em Espanha, o Executivo anunciou o recurso aos instrumentos comerciais e financeiros de que o Estado dispõe para implementar uma rede de proteção imediata e uma estratégia de relançamento dos setores afetados pelas tarifas impostas pelos EUA.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que as novas taxas alfandegárias anunciadas por Donald Trump constituem um "duro golpe" para a economia mundial.
Manifestando preocupação pela decisão, Ursula von der Leyen afirmou que os europeus estão prontos a reagir e que já estão a trabalhar num novo pacote de contramedidas, em caso de problemas no âmbito das negociações com a Administração norte-americana.
As medidas anunciadas por Trump
Em Londres, o secretário do Comércio britânico, Jonathan Reynolds, reconheceu em declarações à cadeia de televisão Sky News que os anúncios do Presidente dos EUA colocam o Reino Unido numa posição relativamente melhor do que, por exemplo, os países da UE.
O Reino Unido foi relativamente poupado por Donald Trump, com tarifas de 10%, o nível mais baixo anunciado, especialmente em comparação com a UE (20%) e a China (34%).
Donald Trump lançou uma ofensiva comercial sob a forma de tarifas muito pesadas, nomeadamente contra países da Ásia e da UE.
Os mercados financeiros registaram quedas uma vez que tanto os aliados tradicionais como os concorrentes dos EUA avisaram que estavam a preparar um contra-ataque.
A ofensiva protecionista de Washington, como não se via desde os anos 1930, inclui uma tarifa mínima adicional de 10% sobre todas as importações e sobretaxas para os países considerados particularmente hostis ao comércio.
*Com Lusa
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