O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou esta quarta-feira (2 de abril de 2025) a imposição de “tarifas recíprocas” sobre importações, incluindo de 25% sobre todos os automóveis estrangeiros.
Após múltiplos alertas de especialistas económicos e financeiros sobre os impactos do aumento de tarifas na inflação nos EUA e no comércio económico global, o anúncio de Trump na Casa Branca foi feito depois do fecho dos mercados bolsistas norte-americanos, que encerraram em alta ligeira.
"Não vai ser [reciprocidade] total... podíamos cobrar o total [de tarifas aplicadas por outros países]... vamos cobrar metade", disse Trump, que exibiu uma tabela com o nível das barreiras comerciais e não comerciais sobre produtos norte-americanos em vários países e mercado e o que Washington vai passar a cobrar a partir de quinta-feira (3 de abril de 2025).
De acordo com a referida tabela, a China aplica tarifas de 67% sobre produtos norte-americanos e os seus produtos passam a pagar 34% para entrar nos EUA; os países da União Europeia (UE) passam a pagar 20% de tarifas, metade de 39% de barreiras comerciais e não comerciais estimadas.
“Pensamos que a UE é muito amigável, mas eles roubam-nos. É muito triste ver isso. É tão patético; [taxam produtos dos EUA a] 39%, nós vamos cobrar-lhes 20%”, frisou Trump.
Para aceder ao mercado norte-americano, os produtos do Japão passam a pagar 24%, os da Índia 26%, de Taiwan 32% e do Vietname 46%. Ao Reino Unido e Brasil passam a ser aplicados 10%, correspondentes ao aplicado aos produtos norte-americanos, disse ainda Trump. "Chamamos a isto recíproco simpático", salientou Trump, que frisou que "gostaria" de aplicar "reciprocidade total".
Outros países destacados por Trump foram Suíça, Indonésia, Coreia do Sul e África do Sul.
Tarifas de 25% sobre automóveis estrangeiros já em vigor
Os direitos aduaneiros específicos de cada país ou bloco económico, como a UE, começarão a ser aplicados a partir de 9 de abril, afirmaram à imprensa funcionários da Casa Branca.
A tarifa-base de 10% começará a ser aplicada mais cedo, no sábado, 5 de abril, segundo estas fontes citadas pela EFE.
As tarifas de 25% sobre os automóveis estrangeiros, que afetam em grande medida os países da UE, entrarão em vigor a partir da meia noite de hoje, disse Trump no jardim da Casa Branca, com diversas bandeiras dos Estados Unidos em pano de fundo e na presença do vice-Presidente e dos principais membros do governo, incluindo os secretários de Estado e da Defesa.
Antes de assinar a ordem executiva instituindo as reciprocidade de tarifas, Trump apresentou a medida como uma defesa da produção industrial norte-americana, tendo na audiência vários operários equipados, alguns de capacete.
A imposição de tarifas foi apelidada pelo Presidente de “Dia da Libertação”, após Donald Trump ter anunciado nos últimos meses aumentos de 25% dos direitos aduaneiros sobre as importações de aço, alumínio, automóveis e peças de automóveis.
O Presidente norte-americano apresentou a medida sobretudo como um indutor de investimento estrangeiro em fábricas nos EUA e de crescimento económico, perdido para outros países nas últimas décadas.
"Estas tarifas vão dar-nos crescimento como vocês nunca viram", prometeu, visivelmente bem disposto. “Hoje é um dos dias mais importantes da história americana”, frisou.
Trump utilizou uma retórica agressiva para descrever o sistema de comércio global que os EUA ajudaram a construir após a Segunda Guerra Mundial, afirmando que o seu país “foi saqueado, pilhado, violado, pilhado” por outras nações.
A 4 de março, Trump impôs tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México, mas estabeleceu uma moratória de um mês sobre os produtos provenientes destes dois países abrangidos pelo acordo de comércio livre entre estes países.
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