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Panama Papers: afinal, como é que os ricos e poderosos fazem para esconder o dinheiro?
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O escândalo internacional Panama Papers, construído a partir da empresa Mossack Fonseca e divulgado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação vem trazer a público que são muitos os poderosos, ricos e famosos no mundo que escondem milhões e milhões, seja para não pagar impostos ou porque é dinheiro de atividades ilegais.

Mas final, como é possível esconder verbas, por vezes, astronómicas? A BBC Mundo compilou seis formas de “esconder dinheiro” das autoridades.

  • Criar uma empresa fantasma

É uma das formas mais comuns de esconder dinheiro. Uma empresa deste tipo é criada com o objetivo principal de gerir o próprio capital, para ocultar o verdadeiro dono, e aparenta ser um negócio legítimo, mas com frequência é não tem produção “visível”.

A direção deste tipo de empresas é normalmente composta por advogados ou contabilistas profissionais que dão a “cara pela empresa” (testas de ferro) e assinam os documentos, sendo conhecidos como "testas de ferro".

  • Recorrer a um centro financeiro offshore

Muitas empresas “caixa do correio” estão sediadas em paraísos fiscais, também conhecidos como offshores, que cobram impostos muito baixos (ou nulos) sobre as transações financeiras e a sua legislação permite o segredo bancário. A maioria dos serviços financeiros oferecidos por estes países são legais.

  • Comprar ações e recorrer aos “cheques ou vales ao portador”

Outra forma de ocultar dinheiro é recorrer à compra de ações – que podem ser de uma empresa fantasma – ou passar cheques ao portador. Este tipo de cheques não identifica quem recebe a verba assinalada e permite a troca de somas elevadas entre duas entidades ou pessoas. Se estes “vales ao portador” estiverem guardados num cofre de um banco ou instituição sediada num paraíso fiscal é ainda mais difícil identificar a quem pertencem realmente.

  • Lavar dinheiro

Implica encontrar forma de transformar dinheiro ganho de forma ilegal –lucros do crime organizado, como a venda de armas ou droga, ou pagamento por atos de corrupção – em dinheiro que pareça ter sido ganho de forma legítima. Para isso é muitas vezes contabilizado como proveitos dessas empresas fantasma, enviado para offshores ou transformado em “vales ao portador”.

  • Violar sanções internacionais

Uma forma de tentar limitar o poder financeiro de determinados regimes ditatoriais, cujos líderes acumulam muitas vezes verbas provenientes da exploração abusiva de recursos naturais (diamantes ou petróleo, por exemplo) é recorrer a sanções internacionais. Este tipo de sanções impede também a esses países a importação de armamento e pode incluir o congelamento de contas bancárias e bens dos líderes em questão, seus familiares e/ou membros do governo.

  • Escapar às diretivas internacionais 

A União Europeia criou em 2003 um diretiva que impede que os cidadãos europeus escondam dinheiro do Fisco e recorram à evasão fiscal e permite que qualquer país da UE possa cobrar impostos sobre as contas bancárias que os seus cidadãos tenham noutros países europeus.

Quando se discutiu a entrada em vigor desta legislação registou-se um aumento súbito de abertura de contas fora da Europa, em especial no Panamá e nas Ilhas Virgens, segundo a BBC Mundo.

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