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Investimento imobiliário comercial pode superar os mil milhões este ano
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O investimento em imobiliário comercial aumentou bastante em 2014 face aos anos anteriores – 867 milhões de euros contra 305, 105 e 141 em 2013, 2012 e 2011, respetivamente – e para este ano as perspetivas são ainda mais animadoras. A consultora CBRE prevê que o número ultrapasse os 1.000 milhões de euros, podendo eventualmente aproximar-se dos 1.401 milhões registados em 2007.

“Atualmente já vamos em 800 milhões de euros, por isso acho que estes 1.000 milhões serão seguramente ultrapassados”, disse Francisco Horta e Costa, diretor geral da CBRE, durante o lançamento da segunda edição do “The Property Handbook” – Guia de Investimento Imobiliário em Portugal.

Segundo o responsável, “não seria uma surpresa chegar aos níveis de investimento alcançados em 2007”, já que há condições reunidas para os investidores continuarem a apostar no imobiliário nacional. “Em Lisboa, por exemplo, foram investidos 200 milhões de euros em reabilitação urbana em 2014, um valor que achamos que pode duplicar este ano”.

Para Francisco Horta e Costa, o turismo na capital “está em ebulição”, pelo que há “muito interesse de investidores estrangeiros” neste segmento do setor imobiliário. “Há um ‘boom’ total na reabilitação urbana. Os franceses, holandeses, chineses etc. querem cada vez mais comprar edifícios para reabilitar”, explicou, salientando que o Golden Visa e o Regime Fiscal dos Residentes Não Habituais contribuíram bastante para que o interesse dos investidores estrangeiros aumentasse.

Origem dos investidores mudou radicalmente

E quem são (ou de onde são), afinal, as pessoas que mais estão a investir no imobiliário comercial nacional? Esta é, de resto, uma das grandes diferenças entre 2007 e 2014, anos em que foram investidos 1.401 milhões e 867 milhões de euros, respetivamente.

No ano passado, 57% dos investidores foram norte-americanos. Seguiram-se os chineses (8%) e os portugueses (7%). Já em 2007, o grosso do investimento era nacional (54%). O pódio ficava completo com investidores do Reino Unido (17%) e de França (8%).

“O planeamento do negócio agora é mais pensado que em 2007. Há um otimismo saudável agora”, disse Miguel Marques dos Santos, sócio responsável pelo departamento de Imobiliário e Urbanismo da Garrigues Portugal.

Francisco Horta e Costa completou o raciocínio: “Atualmente os bancos estão mais disponíveis e financiam 40%, 50% ou 60%, o resto é investimento particular. A realidade do nosso mercado é muito diferente, porque em 2007 os bancos financiavam muitas vezes a 100%”.

Quando questionado sobre se ainda haveria muita oferta na Avenida da Liberdade para investir em reabilitação, o responsável respondeu afirmativamente. “Há muitos prédios por reabilitar”, disse, lembrando, no entanto, que há outras zonas da capital no radar dos investidores, como por exemplo a Avenida Duque de Loulé, a Avenida Fontes Pereira de Melo e toda a zona ribeirinha.  

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