
O icónico Palácio Belas Artes, no coração de Lisboa, acaba de mudar de mãos, tendo sido vendido a um investidor institucional português por um fundo imobiliário também de origem nacional. A operação, intermediada pela JLL, está avaliada em 18 milhões de euros. O imóvel tinha sido vendido pelo Estado em 2009, tendo continuado como inquilino até ao início de 2014.
Localizado no Largo Nacional das Belas Artes, Chiado, o Palácio vai ser alvo de um profundo processo de reabilitação urbana. Vão ser mantidos o "carácter histórico e a traça arquitetónica neoclássica", tendo em conta "todos os requisitos de modernidade e conforto", avança a JLL em comunicado.
Conta com uma área de 6.000 m² e mais de 50 metros de fachada, o Palácio tem ainda um segundo edifício comunicante com a rua Victor Cordon e um jardim interior privativo.
As origens deste imóvel, também conhecido por Palácio Iglésias, remontam ao século XII, quando em 1147 ali foi erguida uma igreja que viria a ficar totalmente destruída aquando do terramoto de 1755. O espaço foi depois adquirido por João Iglésias, que construiu a sua residência e cujos descentes confiaram ao arquiteto Giuseppe Cinnatti o projeto do atual palácio, em 1869.
Mais de um século depois, em 1971, o edifício foi adquirido pelo Governo português, através do Ministério das Finanças, que ali se manteve por mais de três décadas e deu início a um projeto de reabilitação que trouxe à luz do dia as ruínas adjacentes ao Convento de São Francisco da Cidade.
Fernando Ferreira, diretor do departamento de capital markets da consultora, destaca o facto de esta ser uma “operação realizada entre investidores portugueses, o que é bastante positivo num mercado onde o investimento estrangeiro tem sido dominante. Mostra que os investidores nacionais também estão ativos e atentos a oportunidades fora da área em que têm estado mais presentes, que é o segmento de escritórios”.
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