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O negócio da venda da Herdade da Comporta está longe de terminar – a última tentativa ficou fechada sem sucesso. E agora porque os donos e candidatos não se entendem. Os proprietários dizem que só lançarão um novo processo de venda se todos os concorrentes do último processo – são trêsabdicarem do direito de contestação, mas já há um candidato a rejeitar esta condição.

O consórcio Amorim Luxury/Vanguard Properties, que participou no último concurso, considera que a Gesfimo – sociedade que gere os ativos imobiliários que estão a ser negociados – está a fazer algo “ilegal”, rejeitando assim a imposição de abdicar do direito de contestação, segundo a informação avançada pelo ECO.

“(…) A Sociedade Gestora só procederá à abertura do processo com a confirmação prévia de que os três consórcios que antes apresentaram propostas de compra dos ativos do Fundo renunciarão a qualquer contestação, reclamação ou impugnação do mesmo, seja a que título for, ainda que por factos ocorridos até ao presente”. As palavras podem ler-se na carta enviada pela Gesfimo aos participantes do Herdade da Comporta, mas não foram bem recebidas.

 “A sociedade gestora disse que não lançaria novo processo sem obter dos três concorrentes uma declaração a desresponsabilizar a sociedade gestora de qualquer responsabilidade. Esta pretensão não é legítima“, avançou à publicação José Cardoso Botelho, diretor-geral da Vanguard Properties, que concorre à compra da Comporta em consórcio com a Amorim Luxury.

O responsável acrescentou que esta condição só é imposta aos três concorrentes já existentes, e não a novos candidatos que venham a manifestar interesse. “É ilegal a Gesfimo condicionar o cumprimento dos seus deveres legais e contratuais ao ser previamente libertada de qualquer responsabilidade pelos proponentes compradores, condição só aplicável aos três concorrentes que já se apresentaram”, sublinhou José Cardoso Botelho, acusando a sociedade gestora de não ter acatado as recomendações apresentadas na última assembleia de participantes realizada a 27 de julho. “A Amorim Luxury/Vanguard Properties tudo irá fazer para que o concurso tenha lugar nos moldes recomendados pelos donos do fundo”, rematou.

De recordar que a última proposta foi rejeitada na assembleia de participantes da Herdade da Comporta por “ficar significativamente aquém dos valores de avaliação” dos ativos que estão a ser vendidos. No fundo, os donos querem que os candidatos ofereçam mais dinheiro pela Comporta, mas este cenário obriga a que o novo processo de venda seja aberto a mais candidatos, e não apenas aos três consórcios.

A venda da Herdade da Comporta, nos concelhos de Alcácer do Sal e Grândola, foi decidida há cerca de três anos, após o colapso financeiro do Grupo Espírito Santo, mas, apesar de terem surgido alguns interessados, nacionais e estrangeiros, o negócio ainda não se concretizou. Agora, e se a venda não se efetivar, a herdade corre o risco de entrar em insolvência.

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