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O consórcio formado pelo fundo Vanguard Properties, de Claude Berda, e pela Amorim Luxury, liderado pela empresária Paula Amorim, foi o único a entregar uma proposta vinculativa para comprar os ativos imobiliários do Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado (FEIIF) da Herdade da Comporta. A mesma será analisada em outubro em assembleia-geral.

De acordo com o Jornal Económico, o consórcio Amorim/Vanguard/Port Noir entregou a proposta vinculativa nas instalações da consultora Deloitte em envelope fechado e na presença de um notário até às 17 horas do dia 20 de setembro, a data final definida para a entrega de propostas.

Uma informação, de resto, confirmada ao ECO por José Cardoso Botelho, diretor-geral da Vanguard Properties, que não revelou quais são as diferenças entre a proposta agora apresentada e a entregue no último processo de venda, concluído sem sucesso.

O consórcio aguarda agora por uma primeira apreciação por parte dos vendedores, que, segundo José Cardoso Botelho, deverá ser feita até ao final desta segunda-feira (dia 24). Depois, em outubro, será marcada uma nova assembleia geral dos participantes da Herdade da Comporta, que irão avaliar a proposta apresentada. Se esta não for aceite, a Herdade da Comporta corre o risco de entrar em insolvência, tal como já alertaram os curadores dos processos de insolvência das empresas do Grupo Espírito Santo (GES) que tinham sede no Luxemburgo (no caso, a Rioforte, uma das acionistas da Comporta), escreve a publicação.

Entretanto, e de acordo com o Jornal Económico, a proposta agora apresentada pelo consórcio Amorim/Vanguard/Port Noir inclui um projeto ambiental e de sustentabilidade para a Comporta. “A sustentabilidade é o pilar que agrega todo o projeto”, disse fonte do consórcio. “Promover o valor ecológico criando as bases de uma comunidade integrada e integradora são os princípios orientadores que se pretende seguir. A estratégia a seguir assenta em três eixos: a proteção dos oceanos, a ecologia do espaço construído, criação de oportunidades para as pessoas e uma vivência ímpar”, acrescentou a mesma fonte.

O que está à venda?

O que está à venda na Herdade da Comporta são os ativos do FEIIF, criado em 2013, que eram detidos pelo Grupo Espírito Santo (GES). O Fundo, gerido pela Gesfimo — Espírito Santo Irmãos, Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, é detido na maioria pela Rioforte (59%), sociedade do antigo GES, tendo o Novo Banco uma participação de cerca de 15%.

Trata-se de um fundo criado há cerca de cinco anos com o objetivo de arrancar com dois projetos turísticos, o Comporta Links e o Comporta Dunes, sendo estes os ativos imobiliários que estão à vendam escreve a publicação.

O Comporta Links inclui uma área com 365 hectares, no concelho de Alcácer do Sal, onde iriam ser construídos dois hotéis, dois aparthotéis, lotes para moradias, várias unidades de aldeamento turístico e um campo de golfe com 18 buracos. Já o Comporta Dunes, em Grândola, visava incluir, numa área de 551 hectares de pinhal e perto da praia, quatro hotéis (um em fase de construção – o Hotel Aman, que parou com a falência do GES), um aparthotel, vários lotes para moradias, unidades turísticas e um campo de golfe (de 18 buracos) com 100 hectares, que já estava a ser construído.

O “pacote” de venda inclui ainda alguns “lotes de terrenos não edificáveis, rurais e de floresta” inseridos no Comporta Dunes, numa área de 460 hectares, somados a uma participação de 50% no capital social e direitos de voto da sociedade DCR&HDC Developments — Atividades Imobiliárias, que é detida pelo fundo da Comporta que desenvolve atividade imobiliária.

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