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A BESIX RED (BESIX Real Estate Development), empresa de promoção imobiliária do grupo BESIX, e uma das maiores construtoras belgas, tem uma “visão de longo prazo” para Portugal. Em entrevista ao idealista/news, Gabriel Uzgen, CEO da empresa, revela que a aposta a nível nacional passa pela construção nova – o empreendimento “Praça de Espanha” é exemplo disso – e pelo mercado residencial e de escritórios de Lisboa, pelo menos para já. Há dois projetos em andamento e três em estudo, todos na capital.

É com entusiasmo que Gabriel Uzgen e Nicolas Goffin, head of Portugal da BESIX RED, falam sobre Portugal e, mais concretamente, sobre Lisboa. Desfazem-se em elogios à cidade e sem falsas modéstias dizem: “Acreditamos que podemos acrescentar valor ao mercado português", revelando que a empresa "està à procura de parcerias para outros projetos”.

“Acreditamos que podemos acrescentar valor ao mercado português e estamos à procura de parcerias para outros projetos"
Gabriel Uzgen, CEO da BESIX RED

“Não queremos construir por construir, queremos fazer a diferença, queremos perceber quais são as necessidades das pessoas e como podemos fazer uma diferenciação entre o nosso produto e o dos nossos concorrentes (…). Não queremos ser vistos como especuladores, fazer dinheiro e regressar a casa, queremos fazer parte da renovação da cidade”, acrescenta, reforçando a ideia de que a BESIX RED tem uma “visão a longo prazo” para o país. 

Belgas apostam na construção nova em Lisboa com uma mão cheia de projetos
Gabriel Uzgen e Nicolas Goffin, CEO e head of Portugal da BESIX RED, respetivamente BESIX RED

280 casas na Praça de Espanha a pensar na classe média

A estratégia usada com o projeto “Praça de Espanha”, que culminou com a compra de dois lotes de terrenos com 34 mil metros quadrados (m2), onde vão nascer 280 apartamentos, é um exemplo do que a empresa ambiciona para o futuro. “É um projeto-tipo daquilo que queremos fazer no segmento residencial em Portugal”, diz o CEO, frisando que “é importante começar a pensar nos portugueses e na sua capacidade financeira”.

"É importante começar a pensar nos portugueses e na sua capacidade financeira"
Gabriel Uzgen, CEO da BESIX RED

“Identificámos o que as pessoas de classe média portuguesa eram capazes de comprar e o que procuravam e não podiam encontrar no centro da cidade por causa dos preços altos (…). No caso do ‘Praça de Espanha’, concluímos que a classe média/média alta pode comprar [este tipo de imóveis]. Trata-se de ter acesso a apartamentos de boa qualidade, perto do centro da cidade, mas sem pagar 8 mil euros por m2. Acreditamos que os preços oscilarão em média entre 4.500 e 5.000 euros por m2. O mais caro será a penthouse e no primeiro andar haverá casas a menos de 4.000 euros por m2”, adianta o responsável.

Nocolas Goffin, responsável pela BESIX RED em Portugal, acrescenta que, apesar de os projetos da empresa estarem sobretudo direcionados para os clientes nacionais, haverá procura por parte de estrangeiros. “Estimamos que, pelo menos, 60% serão portugueses e que haverá muitos brasileiros entre os estrangeiros”. 

Belgas apostam na construção nova em Lisboa com uma mão cheia de projetos
Infante & Riu/BESIX RED

Parque Oriente, um grande projeto de uso misto 

Outro dos projetos que já está em andamento é o Parque Oriente, no Parque das Nações. Trata-se de um complexo de uso misto com 43.800 m2, sobretudo residencial (28 mil m2). Contempla ainda 8 mil m2 de escritórios, 5 mil de comércio e 2 mil para equipamentos. Este foi, de resto, o primeiro projeto da empresa no país.  

“Somos quatro investidores neste projeto”, diz Gabriel Uzgen, sem revelar nomes. O responsável adianta apenas que um dos investidores é um grupo francês que já está presente em Lisboa. “Estamos convencidos que em junho de 2019 poderemos obter licenças, sendo que já temos a arquitetura bastante avançada”, conta.

Este projeto vai desenvolver-se na antiga Fábrica Barros, cuja operação de loteamento foi aprovada pela Câmara Municipal de Lisboa em janeiro de 2019. Segundo a Lusa, o pedido de licenciamento da operação de loteamento foi apresentado pela UPI Parque Oriente, filial portuguesa da francesa Union de Partenaires pour l’Investissement (UPI).

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Mais 3 projetos em Lisboa em estudo

Além destes dois projetos, a empresa está a estudar investir em outros três, dois residenciais e um de escritórios, todos sempre em Lisboa, garantem os responsáveis da BESIX RED, sem levantar o véu sobre os mesmos. “O que é importante realçar é que não estamos só a falar, estamos a trabalhar no terreno. Há um terceiro projeto já em andamento, mas ainda não temos garantias para falar sobre ele”, argumenta Gabriel Uzgen. 

A aposta no mercado nacional pode ser comprovada, também, com a iminente abertura de um escritório no país, em Lisboa. “Este ano estamos focados em ter uma estrutura aqui [no centro da capital], em ter um escritório em Lisboa. Queremos encontrar pessoas locais e, claro, ter uma boa equipa”, sustenta Nicolas Goffin, descartando apostar, pelo menos para já, em outros destinos: “Depois de estarmos instalados e de termos as licenças dos nossos projetos então pensaremos eventualmente no Porto”. 

“Não temos a ambição de dizer que até final do ano temos de comprar ‘x’ imóveis ou ter ‘x’ projetos. Só estudamos projetos que são interessantes, e se acreditarmos em algum iremos procurar parceiros locais e avançar”, conclui o head of Portugal da BESIX RED. 

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