
A Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, anunciou esta terça-feira (25 de março de 2025) que “desencadeou uma operação policial para dar cumprimento a 20 mandados de busca e apreensão em domicílios, instituição bancária, estabelecimentos e sociedades de advogados, nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém”. Em causa está um processo relacionado com a venda da antiga sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em Lisboa, numa operação batizada como “Mais-Valia”. O edifício em causa, recorde-se, foi transformado num hotel do grupo alemão Numa, que abriu no ano passado.
“No decurso da investigação foram identificadas um conjunto de situações passíveis de integrarem condutas ilícitas relacionadas, sobretudo, com a intermediação da venda da antiga sede pertencente à FPF, na Rua Alexandre Herculano, nº58, Lisboa. O imóvel foi vendido por onze milhões duzentos e cinquenta mil euros”, refere a PJ em comunicado.
A investigação está a ser dirigida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa e, segundo a PJ, “estão em causa factos suscetíveis de integrarem os crimes de recebimento indevido de vantagem, de corrupção, de participação económica em negócio e de fraude fiscal qualificada”.
“As diligências foram executadas por 65 inspetores e 15 especialistas de polícia científica da PJ, contando ainda com a participação de cinco juízes de instrução criminal, seis magistrados do Ministério Público e quatro representantes da Ordem dos Advogados”, lê-se na nota.
De acordo com o Público, foram constituídos até ao momento dois arguidos, um empresário e o antigo secretário-geral da FPF Paulo Lourenço, cuja residência também terá sido visitada pelos inspetores, sendo que várias pessoas terão recebido luvas com o negócio.
A publicação escreve que a antiga sede da FPF foi vendida por 11.250 milhões de euros, tendo gerado, de acordo com o relatório e contas da FPF de 2017/18, uma mais-valia de 2.765 milhões de euros. Um negócio imobiliário que terá sido intermediado pelo antigo deputado socialista e empresário António Gameiro – igualmente alvo de suspeitas, mas ainda não constituído arguido –, através de uma empresa unipessoal da sua mulher, a Softbutterfly.
Conforme noticiámos em julho de 2022, no emblemático edifício que foi a sede da FPF – antes encontrava-se na Praça da Alegria e agora está na Cidade do Futebol – e que é alvo de polémica funciona um hotel do grupo alemão NUMA. Trata-se de um alojamento totalmente digital com 77 quartos e 154 camas, no total de 1.600 metros quadrados (m2).
Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal. Também podes acompanhar o mercado imobiliário de luxo com a nossa newsletter mensal de luxo.
Para poder comentar deves entrar na tua conta