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“Greve da TAP pode afetar competitividade do destino [Portugal]”, diz presidente da ANA

O presidente da ANA-Aeroportos de Portugal, Jorge Ponce Leão, disse que a greve de dez dias dos pilotos da TAP e da Portugália – começa amanhã e deverá afetar cerca de 3.000 voos – pode afetar a competitividade de Portugal enquanto destino turístico. Sobre a possibilidade de haver um novo aeroporto em Lisboa, o responsável aposta forte no Montijo, descartando a possibilidade Alcochete.

“A competitividade do aeroporto [da Portela] não é prejudicada pela greve, a competitividade do destino sim. Quem pode perder é o destino, não é o aeroporto”, referiu, no final do almoço/conferência “Infraestruturas aeroportuárias: competitividades e desafio”, organizado pela revista Vida Imobiliária.  

“[O que se passa é que] há uma transferência. Por exemplo, a minha neta vive no estrangeiro, chegou no sábado (dia 25 de abril) e ia regressar dia 9 de maio, mas o voo passou para dia 11. Ela vai voar sempre com a TAP, mas há outras pessoas que no mesmo dia mudaram da TAP para a Brussels Airlines, ou seja, há uma transferência”, acrescentou.

Para responder aos passageiros que ficam retidos nos aeroportos, sem voo de ligação ao destino, Jorge Ponce Leão adiantou que a ANA está a tratar de arranjar soluções. “Hoje [ontem] tenho uma reunião no aeroporto para tratar de um problema. E se houver pessoas que depois não conseguem ligações e ficam a dormir no aeroporto, como é?”, questionou, salientando que uma das medidas a tomar é “fazer um levantamento dos hotéis que estão disponíveis”.

Novo aeroporto no Montijo em cima da mesa

Sobre a possibilidade de haver um novo aeroporto em Lisboa, o presidente da ANA deixou claro que a opção passa pelo Montijo e não por Alcochete. Outra das hipóteses passa pela utilização do Aeroporto Militar do Figo Maduro.

“A opção Montijo (na lógica Portela +1) não é só a mais barata. Combina o mais barato com o mais eficaz para a cidade, pela proximidade. Imagine alguém que paga 20 euros à Ryanair e depois gasta 40 para vir de Alcochete para Lisboa… Acho que é um problema que não tem discussão, porque é muito óbvio”, explicou.

A eventual utilização das instalações do aeroporto de Figo Maduro está também em cima da mesa: “Desde a privatização [A ANA foi vendida à francesa Vinci em 2012] que isso foi considerado. A Força Aérea diz de forma muito responsável: ‘Dá-nos jeito estar aqui, mas quando for preciso vamos para outro sítio’”.

Combater a sazonalidade do Algarve

Jorge Ponce Leão abordou ainda o facto da sazonalidade do turismo no Algarve estar a aumentar. Para combater esta tendência, e para trazer mais turistas ao Sul do país, “tem de haver uma intervenção integrada dos operadores turísticos, das entidades de promoção turística e do aeroporto, no sentido de divulgar junto das companhias aéreas as acessibilidades, o produto para oferecer e a promoção que consiga trazer pessoas no período de inverno”.

O presidente da ANA alertou que a “competitividade ao nível de sol e mar é cada vez mais reduzida” no Algarve. Para fazer face a esse cenário, a empresa está a tentar fazer com que a British Airways e a Lufthansa retomem os voos diretos para Faro. “[O objetivo é permitir] que turistas de outros continentes cheguem a Faro em duas pernas (ligações) em vez de três, o que significa sempre um dia perdido à partida e outro à chegada”, disse, frisando que não é suficiente trazer de volta as duas companhias aéreas. “Se não houver produto ninguém vem”.

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