O maior protesto de taxistas em Portugal acontece hoje em Lisboa, contra a nova concorrente Uber. Para manifestar o seu desacordo com o transporte de passageiros desenvolvido em Portugal nos últimos tempos por condutores ligados à aplicação eletrónica, centenas de taxistas decidiram concentrar-se no Parque das Nações, na capital. Também estão agendadas ações de protesto, com marchas lentas, para o Porto e Faro.
O presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florência Almeida, disse à Lusa que os taxistas estão em protesto contra a Uber, que trabalha, na sua opinião, ilegalmente em Portugal.
“O Governo que deve fazer cumprir a constituição e as decisões dos tribunais nada tem feito “, salientou em declarações à agência de notícias.
Florêncio Almeida avançou ainda com a “possibilidade de existirem políticos ligados à Uber” e “com algum interesse” em que a situação se mantenha.
“Não vamos permitir que as decisões dos tribunais não se venham a cumprir num país de direito”, frisou.
O presidente da ANTRAL adiantou ainda que já estão muitos taxistas concentrados no aeroporto e que estes não estão a fazer serviços.
O aeroporto de Lisboa vai ser o primeiro ponto de encontro desta marcha, que não deverá chegar ao Ministério da Justiça, na Praça do Comércio, antes das 12:00.
De acordo com Florêncio Almeida existem na zona de Lisboa há 3.500 carros, nos arredores da capital cinco mil.
No protesto de hoje são esperados, segundo presidente da ANTRAL, entre 1.500 e dois mil taxistas.
A razão do protesto visa alertar para os efeitos da violação da lei, do não-acatamento de decisões judiciais, constituindo neste caso crime”, e protestar contra a “tolerância dos decisores” e a “inação dos fiscalizadores, no uso das competências e obrigações a que estão vinculados”, de acordo com a ANTRAL.
Os taxistas pretendem entregar um dossiê explicativo das suas razões ao presidente do Instituto da Mobilidade Terrestre e à ministra da Justiça, em Lisboa.
Numa nota, a PSP informa que existirão elementos policiais a proceder ao desvio do trânsito devido aos previstos condicionamentos da circulação rodoviária e aconselha os cidadãos a utilizarem preferencialmente os transportes públicos para deslocações na cidade de Lisboa.
O Tribunal Central de Lisboa aceitou a 28 de abril deste ano uma providência cautelar interposta pela ANTRAL, e proibiu os serviços da aplicação de transportes Uber em Portugal, decisão que foi confirmada pelo mesmo tribunal em junho.
A ANTRAL acusa a Uber de “continuar a trabalhar da mesma forma” que trabalhava antes da decisão do tribunal.
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