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O chefe da missão do FMI em Portugal está preocupado com o impacto orçamental do regresso das 35 horas semanais na Função Pública. Subir Lall diz que, "se todo o trabalho que era feito em 40 horas pode agora ser feito em 35 horas, isso pode sugerir um certo nível de sobredimensionamento em algumas partes do setor público", o que, por sua vez, "aponta para a necessidade de uma reforma mais ampla do setor público se agora conseguir fazer mais com mesmo".

Em entrevista à Lusa, o chefe da missão do FMI em Portugal lembra que "reduzir o tempo de trabalho para as 35 horas por semana levanta uma série de questões".

"Presumivelmente, em alguns setores o trabalho que tem de ser feito vai continuar a ter de ser feito. Se o tempo de trabalho é reduzido, então, o pagamento vai ter de ser extraordinário", avisa, recomendando que se faça uma "revisão da implementação específica [da medida] para ver se pode ser feita de uma forma neutral", afirma à agênciade notícias.

O economista da instituição liderada por Christine Lagarde considera que "vai ser um desafio reduzir o número de horas de trabalho no setor da saúde sem custos adicionais", uma vez que é preciso garantir que há "uma manutenção dos serviços".

No entanto, Subir Lall considera que é possível que haja também alguns serviços públicos com pessoal a menos: "Apelámos no passado para que se fizesse uma revisão do setor público e, em alguns segmentos, é provável que haja um sobredimensionamento, mas há outros onde pode haver um subdimensionamento", afirmou.

Por sua vez, o líder da central sindical, Arménio Carlos, citado pela TSF diz que o problema do Fundo Monetário Internacional é a inversão de políticas em Portugal, por isso critica as considerações do responsável deste organismo.

Arménio Carlos admite que os funcionários públicos possam estar mal distribuídos, mas ressalva que o Estado português não tem funcionários para lá do necessário.

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