Remuneração bruta mensal média aumentou 3,1%, para 1.439 euros, mas em termos reais os portugueses têm menos dinheiro disponível.
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Inflação faz descer salários médios reais em Portugal
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Além de estar a contribuir para aumentar o custo de vida, a alta inflação que se faz sentir em Portugal está a fazer com que os salários médios em termos reais diminuam. Os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram isso mesmo: no segundo trimestre do ano, a variação da remuneração bruta total média em termos reais – descontando o efeito da inflação – sofreu uma redução de 4,6% face ao período homólogo. Trata-se de uma queda superior quando comparada com a verificada no primeiro trimestre (2,2%).

“A remuneração bruta total mensal média por trabalhador (por posto de trabalho) aumentou 3,1% no trimestre terminado em junho de 2022 (2.º trimestre do ano), em relação ao mesmo período de 2021, para 1.439 euros. Tanto a componente regular como a componente base daquela remuneração aumentaram 2,5%, situando-se em 1.139 euros e 1.069 euros, respetivamente. Em termos reais, tendo como referência a variação do Índice de Preços do Consumidor, a remuneração bruta total média diminuiu 4,6%. As componentes regular e base diminuíram ambas 5,1%. Estes resultados abrangem 4,4 milhões de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações”, lê-se no boletim divulgado esta quinta-feira (11 de agosto de 2022) pelo INE.

Salários descem em Portugal com a subida da inflação
INE

Segundo escreve o Público, a queda em termos reais das remunerações é a maior desde o início desta série estatística publicada pelo INE, em 2014. E mais: supera os resultados negativos obtidos, em termos anuais, desde pelo menos 1985, o primeiro ano para o qual há dados disponíveis.

Salários sobem mais no setor da energia

Ainda de acordo com o INE, em termos homólogos, ou seja, em relação a junho de 2021, os maiores aumentos da remuneração total foram observados nas atividades de eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio (secção D; 21,2%), nas empresas de 1 a 4 trabalhadores (6,5%), no setor privado (4,4%) e nas empresas de Serviços de alta tecnologia com forte intensidade de conhecimento (6,1%). 

“Não foram observadas variações negativas da remuneração total, tendo as menores variações homólogas sido observadas nas atividades de Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória (secção O; 0,1%), nas empresas com 250 a 499 trabalhadores (0,1%), no setor das Administrações Públicas (1,4%) e nas empresas de Outros serviços com forte intensidade de conhecimento (1,3%)”, refere o instituto. 

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