À medida que se vão desenrolando as investigações às polémicas vendas de imóveis do Novo Banco, mais informações vêm ao de cima. Desta vez, no centro da investigação das autoridades portuguesas está o alinhamento de negócios entre gestores, consultores e investidores espanhóis que adquiriram património desvalorizado do banco para gerar ganhos rápidos entre si, acabando por gerar perdas para o Estado.
Quem acabava por liderar as operações imobiliárias sob suspeita da Polícia Judiciária (PJ) era o gestor espanhol Volkert Schmidt, atual diretor da Lone Star. De acordo com o Público, que avança a notícia, há indícios que um grupo de investidores e gestores espanhóis se instalou em Portugal logo depois de o fundo norte-americano ter adquirido 75% do Novo Banco ao Estado português em 2017.
O negócio que permitiu começar a desenrolar este novelo de ligações entre investidores espanhóis e os negócios imobiliários duvidosos do Novo Banco foi a venda da Herdade Ferraria, em Sesimbra. Em resumo, Volkert Schmidt acabou por montar, junto de amigos, a venda do imóvel por 1,5 milhões de euros, embora tivesse alto potencial construtivo. A herdade terá mudado várias vezes de mãos dentro do mesmo círculo de investidores, incluindo pessoas próximas do gestor espanhol, refere o mesmo jornal.
Este e outros negócios acabaram por usar ativos cobertos por garantias públicas em operações imobiliárias com baixas margens e que, depois, acabaram por gerar ganhos rápidos para este grupo de investidores espanhóis. E, por isso, estão incluídos na operação policial “Haircut”, que inclui buscas às instalações do Novo Banco, da gestora de ativos GNB, ao fundo norte-americano Lone Star e a residências dos suspeitos. Em causa estão suspeitas de crimes de corrupção, burla qualificada e branqueamento de capitais.
Estas investigações decorrem numa altura em que o grupo bancário francês BPCE avança com a compra da participação do Novo Banco detida pelo Estado (de 25%) por 1,6 mil milhões de euros, depois de ter anunciado a aquisição da parte da Lone Star por 4,8 mil milhões. De notar que este negócio aguarda as “autorizações necessárias para se concretizar”, avisa o diário.
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