PJ fez buscas na sede do Novo Banco por "suspeitas de terem sido praticadas diversas ilegalidades na venda de ativos imobiliários”.
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Negócios imobiliários do Novo Banco
Getty images

Os negócios de vendas de imóveis e carteiras de crédito malparado por parte do Novo Banco, entidade que ficou com a atividade bancária e com os chamados ativos bons do antigo Banco Espírito Santo (BES), fizeram correr muita tinta nos últimos anos. E o tema volta agora a estar em cima da mesa, tendo a Polícia Judiciária (PJ) realizado buscas na sede do banco e nas instalações da consultora KPMG, em Lisboa, indicando estarem em “causa suspeitas de terem sido praticadas diversas ilegalidades na venda de ativos imobiliários”. Viriato, Sertorius, Nata I e II e Albatroz, estas são algumas das polémicas vendas de carteiras de imóveis – e de crédito malparado – realizadas pela entidade desde 2018. 

Em causa estão ativos que foram negociados com grandes descontos e resultaram em perdas de muitos milhões para o banco e contribuintes, escreve o ECO, acrescentando que foram muitos os negócios (e os prejuízos) fechados pelo banco – agora comprado pelos franceses do BPCE – desde 2018. 

O Público, por seu turno, refere que o Ministério Público e a PJ decidiram juntar num só processo vários inquéritos que avaliam a existência de eventuais crimes em negócios duvidosos realizados pelo Novo Banco.

No comunicado divulgado esta quarta-feira, a PJ adianta que estão em “causa suspeitas de terem sido praticadas diversas ilegalidades na venda de ativos imobiliários detidos por uma instituição bancária apoiada financeiramente pelo Estado português, através do Fundo de Resolução, resultando dessas operações avultados prejuízos para o banco em questão e para os interesses do Estado”.

Estes são, de acordo com o ECO, alguns dos negócios que estarão sob investigação:

  • Projeto Viriato: incluiu a venda de uma carteira ao fundo de private equity americano Anchorage de quase 9.000 imóveis para uso residencial, incluindo estacionamentos, espaços industriais e comerciais. Com um valor bruto contabilístico de 716,7 milhões de euros, prevendo o banco receber 389 milhões com esta operação, o negócio resultou numa perda de 159 milhões de euros nas contas;
  • Projeto “Sertorius”: inclui a venda de uma carteira de imóveis no valor de 400 milhões de euros ao fundo Cerberus, que concorreu com a Finsolutia. Trata-se de uma carteira composta por 200 ativos, cerca de dois terços terrenos não edificados e alguns imóveis industriais, residenciais e comerciais;
  • Projeto Albatros: inclui a venda de ativos imobiliários e créditos problemáticos na sucursal espanhola, tendo o banco vendido à Waterfall Asset Management “uma carteira de ativos imobiliários e crédito não produtivo (non-performing loans) que tinha um valor bruto contabilístico de 308 milhões de euros;
  • Projeto Nata I: inclui a venda de uma carteira de crédito malparado no valor de 1.750 milhões de euros ao fundo KKR;
  • Projeto Nata II: inclui a venda à Davidson Kempner de grandes mediáticos em situação de incumprimento, como os da Ongoing, de Joaquim Oliveira ou de Moniz da Maia, por 3,3 mil milhões de euros;
  • Projeto Cannas: inclui a venda de créditos em Espanha a fundos associados à Waterfall Management;
  • Venda de herdades: venda da Herdade da Ferraria, junto à praia do Meco, por 1,5 milhões de euros, por parte do gestor da Lone Star Volkert Reig Schmidt, presidente da GNB Real Estate, a gestora de ativos do Novo Banco, à sua mulher. Será este um dos um dos casos que está a ser alvo de investigação e que despoletou buscas por parte da PJ.

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