O setor da construção e do imobiliário foi um dos mais afetados pela crise, mas parece estar finalmente a dar sinais de retoma. A confirmar esta tendência estão alguns dados, como por exemplo o facto do setor ter gerado 9.056 empregos no primeiro semestre do ano.
Trata-se de um número “significativo, mas que podia ser muito maior”, disse Reis Campos, presidente Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI). “Se o programa de reabilitação urbana que vimos reivindicando já tivesse sido implementado, em vez de nove mil teriam sido criados mais de 70 mil empregos, o que quase chegaria para absorver os 86.590 profissionais do setor que ainda se encontram inscritos nos centros de emprego a nível nacional”, acrescentou, citado pelo Expresso.
As contas da CPCI não deixam, de resto, margem para dúvidas: em 2000 o setor empregava mais de 900 mil pessoas e em agosto deste ano trabalhavam na construção e imobiliário cerca de 620 mil pessoas, sendo que as perspetivas de aumento estão agora limitadas ao que vier a ser o comportamento do mercado imobiliário, o único que vai apresentando algum dinamismo nesta área de atividade, escreve a publicação.
No caso das obras públicas, Reis Campos considera que estas pararam e que 2016 é um ano perdido neste domínio. “O ministro do Planeamento até se apresenta cheio de boa vontade, mas na realidade não há dinheiro. O setor está parado”, frisou, explicando que das 53 grandes obras previstas no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas para executar até 2020, e que envolviam investimentos de 6.000 milhões de euros, apenas 13 estão em curso, e representam apenas 900 milhões de euros.
Recentemente, o Instituto Nacional de Estatística revelou que no segundo trimestre de 2016 foram licenciados em Portugal 4,2 mil edifícios (mais 12% que no período homólogo) e concluídos 2,5 mil edifícios (menos 10,7% que no mesmo período do ano passado).
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