Falências no setor deverão continuar nos próximos meses, segundo a Crédito y Caución.
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Empresas de construção na falência
Imagem de Anemone123 por Pixabay

A pandemia da Covid-19 não fez parar o setor da construção. Mas as atuais condições neste mercado, hoje, não são as melhores. Os atrasos de pagamentos a par da deterioração das margens de lucro estão a agravar o risco de incumprimento das empresas. E, segundo aponta a Crédito y Caución, tudo isto tem levado a um aumento das insolvências no setor da construção em diversos países europeus, realidade que afeta principalmente as micro e pequenas empresas. Portugal é um dos países que apresenta elevado risco de incumprimento.

No mais recente relatório divulgado pela seguradora de crédito – que analisa desempenho do setor em diferentes mercados -, o aumento de insolvência de empresas no setor da construção deverá manter-se nos próximos meses.

E quais são os países que têm elevado risco de incumprimento? São vários, segundo revela Crédito y Caución em comunicado enviado às redações. Na lista europeia está Portugal, Espanha, Dinamarca, Eslováquia, França, Reino Unido, Itália, Polónia, Reino Unido, República Checa e a Rússia. Pelos outros cantos do mundo, a seguradora de crédito aponta ainda a Austrália, Brasil, Coreia do Sul, China, Emirados Árabes Unidos, Índia, México, Singapura, Tailândia ou Turquia.

Com níveis de incumprimento médios estão países como a Alemanha, Áustria, Bélgica, Canadá, Hungria, Hong Kong, Indonésia, Irlanda, Japão, Nova Zelânda, Países Baixos, Suécia, Suíça ou Taiwan. E só mesmo os EUA é que apresentam um baixo risco de incumprimento.

Empresas de construção na falência
Foto de Lucas Pezeta no Pexels

Porque é que isto está a acontecer?

Há uma questão que importa fazer: se o setor da construção manteve a sua atividade durante a pandemia, porque é que as empresas estão a falir?

Em 2021, A construção beneficiou da “procura acumulada provocada pela interrupção de muitas obras devido à pandemia”, aponta a seguradora. Subiu a procura no segmento de infraestruturas, das remodelações para melhoria da eficiência energética dos imóveis e da construção de habitações novas. Já no imobiliário comercial, a construção manteve-se “baixa” devido à menor procura de escritórios e espaços comerciais.

Mas embora a atividade tenha tido uma “retoma sólida”, a maioria dos mercados enfrenta uma “concorrência intensa, com margens estreitas e com sistemáticos atrasos nos pagamentos por parte dos clientes públicos”, explicam ainda. E a isto soma-se ainda o facto das margens de lucro serem reduzidas devido ao aumento dos preços dos materiais de construção, da energia e dos transportes – algo que afeta sobretudo as empresas de menor dimensão. E, depois, em muitos mercados avançados, a escassez de mão de obra e a falta de pessoal qualificado aumentam os custos salariais das empresas de construção.

Em resultado, a Crédito y Caución aponta que “em praticamente todos os países, a construção regista uma percentagem de falências superior à maioria dos restantes setores de atividade”.

Empresas de construção na falência
Foto de Lucas Pezeta no Pexels

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