Construtoras e outros players estão a apostar na construção ‘off-site’, feita fora do local onde o projeto vai ser executado.
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Construção industrializada em Portugal
Foto de Cleyder Duque no Pexels

A tecnologia anda de mãos dadas com a construção, sendo este um casamento perfeito e que promete revolucionar o setor. Não é de estranhar, por isso, que a procura por parte dos consumidores por casas modulares, por exemplo, esteja a aumentar, na sequência da pandemia. E a verdade é que também as construtoras e os vários players do setor estão atentos a este novo mercado, apostando cada vez mais também na construção ‘off-site’, feita fora do local onde o projeto vai ser executado, em detrimento do processo tradicional ‘in situ’. Uma tendência já utilizada na área industrial e que está agora a ganhar força no segmento residencial. 

Citado pelo Jornal de Negócios, Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), revela que, perante o contexto atual de falta de mão de obra especializada, de elevados preços de matérias-primas e de altos custos de construção, “tem havido um interesse crescente neste domínio”.

Segundo o responsável, a construção industrializada “tem inúmeras vantagens”, como “maior controlo dos recursos e materiais, menor desperdício, produção mais rápida, menos deslocação de recursos e construção mais sustentável”. Sobre os custos, Reis Campos adianta que com a construção ‘off-site’ é possível reduzir em 30% os gastos de transporte, 40% os dos materiais, 40% o tempo gasto e em 80% o CO2.

“Quando estamos perante um contexto em que se verificam subidas de preços de referência de matérias-primas essenciais para esta atividade, como o alumínio e o cobre, de 42% e 25% respetivamente, em 2021, ou se aponta para a necessidade de 70 a 80 mil trabalhadores no setor, todas estas reduções de custo e aumento de eficiência ganham uma maior relevância”, referiu o responsável, citado pela publicação. 

Construção industrializada traz "inovação"

Uma opinião partilhada por Nuno Garcia, diretor-geral da GesConsult, que encara a construção industrializada “como um complemento e uma evolução importante” face à tradicional, trazendo “inovação”. “É uma alternativa que permite uma construção baseada em processos de execução controlada, mais rápida, com menos erro e mais qualidade”, ao mesmo tempo que “envolve, também, as ferramentas tecnológicas que permitem a evolução da própria indústria (…). É um caminho que se está a fazer”, assegurou. 

Ainda sobre este tema, o responsável deixou mais um alerta: “O que se espera é que a construção industrializada reduza os custos de produção e seja uma solução cada vez mais competitiva, à medida que vamos tendo mais conhecimento e fornecedores disponíveis. Este é um setor que tem de inovar e procurar novas formas de produzir e construir”.

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