Novo plano de pedonalização do centro histórico do Porto será apresentado até ao final do ano. Cidade já vez carros reduzidos.
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Centro do Porto sem carros
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A Câmara Municipal do Porto quer dar maior prioridade às pessoas que caminham pelas ruas da Invicta. Já há um plano para aumentar a área pedonal no centro histórico do Porto, que deverá ser apresentado até ao final do ano. A ideia passa por tornar a mobilidade urbana mais sustentável e centrada nas pessoas, condicionando a circulação automóvel no coração da cidade.

Quem o disse foi Pedro Baganha, vereador da autarquia responsável pelos pelouros do Urbanismo, Espaço Público e Habitação, à margem do congresso "Cidades que Caminham", que decorreu na semana passada. O plano de pedonalização do centro histórico do Porto já está elaborado e, segundo o responsável, a autarquia está “a ver qual a melhor altura para o apresentar, mas certamente que será até ao final deste ano. Provavelmente, primeiro, em sede autárquica e depois divulgado publicamente”, adiantou na ocasião.

Este plano de pedonalização do coração da cidade Invicta abrange a zona que é Património Mundial da UNESCO desde 1996 e contempla várias ações futuras. Há pelo menos uma que já está em marcha: “Nós já estamos a atuar, designadamente com as Zonas de Acesso Automóvel Condicionado [ZAAC], que já estão implementadas, em grande medida, naquele território”, disse Pedro Baganha.

Uma vez que o plano que vem limitar o acesso automóvel a determinadas zonas do centro do Porto já está em execução, agora só falta tratar da “reabilitação do centro histórico e da racionalidade de uma rede estritamente pedonal”, acrescentou ainda.

Além disso, o vereador do Urbanismo da Câmara do Porto fez referência a um plano de arborização para toda a cidade que “deverá ser apresentado nos próximos meses”. E considera ser "muito mais agradável viver e caminhar numa rua sombreada e protegida das ilhas de calor urbano do que numa rua inóspita".

Este plano de arborização "corresponde a uma estratégia que determina que tipos de árvores, que tipos de caldeiras, onde é que elas devem ser plantadas", no caso de uma intervenção ou obra no espaço público, definindo "quais são as boas práticas e as práticas que devem ser evitadas", esclareceu ainda aos jornalistas.

Zonas pedonais no Porto
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Carro continua a ser a principal escolha para deslocações no Porto

O papel das deslocações a pé é essencial no que toca o planeamento da mobilidade sustentável das cidades, sublinhou na ocasião Paula Teles, presidente do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM), entidade que organizou o evento. Até porque o “maior problema”, na sua perspetiva, é a taxa de motorização (número de carros por pessoa) que continua “muito elevada” em Portugal, lê-se no Público. Isto verifica-se mesmo em cidades com uma rede de transportes públicos considerável, como é o caso do Porto e de Lisboa.

No caso da Área Metropolitana do Porto, os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística e relativos a 2017 indicam que o carro continua a ser a principal escolha para deslocações diárias (67,6% dos inquiridos) e a deslocação a pé é a opção de 18,5% dos entrevistados.

Esta diferença é menos acentuada na Área Metropolitana de Lisboa: cerca de 58,9% das pessoas deslocam-se sobretudo de carro, enquanto 23%  deslocam-se a pé, segundo os mesmos dados do gabinete de estatística.

*Com Lusa

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