
A estação ferroviária Coimbra-B terá uma nova cara. O plano urbanístico para a nova estação já foi apresentado esta quarta-feira, dia 18 de janeiro, pela Câmara Municipal de Coimbra e pela Infraestruturas de Portugal (IP). A ideia passa não só por modernizar a atual infraestrutura, como também por prepará-la para receber a linha de alta velocidade. Em concreto, a nova estação será um edifício ponte construído sobre as linhas ferroviárias, onde irão confluir os vários modos de transporte. À sua volta há espaço para construir um bairro composto por habitações e serviços.
Perante um Salão Nobre da Câmara de Coimbra completamente cheio, o arquiteto catalão Joan Busquets apresentou a sua visão, não apenas para a estação intermodal de Coimbra (defende que o “B” deve sair), mas para toda a zona circundante, num projeto que é uma revisitação e adaptação de um outro que desenhou há mais de dez anos, aquando de um projeto de alta velocidade que acabou por nunca avançar.
O estudo, que servirá de base para um plano de pormenor desenvolvido pela Câmara de Coimbra e que ainda será concluído este ano, propõe uma estação num edifício em ponte, espaço para uma nova gare rodoviária (a atual está na avenida Fernão de Magalhães) e um repensar da ligação de toda a zona poente de Coimbra à zona central da cidade, nomeadamente à Baixa.
Joan Busquets propõe três edifícios (inicialmente eram dois), com alguma dimensão vertical e interessantes do ponto de vista arquitetónico, que sirvam como pontos de referência e de diálogo com o resto da cidade, sendo visíveis a partir da Fernão de Magalhães ou da Alta de Coimbra. Esses edifícios, salientou, tanto poderão ser um hotel, como espaço de escritórios ou habitações.
O plano prevê ainda ligar as zonas verdes da cidade, criando ligações entre pequenos pontos de zonas verdes com a Mata Nacional do Choupal e um corredor verde por baixo do viaduto do IC2. Assim, tornar-se-à mais fácil a ligação pedonal ou de bicicleta à futura estação, que tanto poderá ser feita por essa zona como a partir do passeio ribeirinho. Além disso, o plano prevê no futuro o desvio do viaduto que suporta o IC2, para aliviar a zona da Casa do Sal.
Há espaço para desenvolver um bairro em torno da estação
Para além disso, fica também reservado espaço para se desenvolver um “bairro” em torno da estação, constatou, sublinhando que esse desenvolvimento urbano onde a alta velocidade passa é algo que tem acontecido em várias cidades da Europa.
Joan Busquets imagina uma área urbana a crescer naquela zona, em torno de uma estação “de conexão fácil, confortável e com uma ligação contínua com a cidade”. “Esta estação deverá permitir desenvolver outro tipo de atividade económica”, concluiu.
Também a vereadora com o pelouro do urbanismo da Câmara de Coimbra, Ana Bastos, realçou que o plano de pormenor prevê diferentes usos para aquela zona, como “habitação, serviços, comércio, ‘startups’” ou turismo, ambiente e cultura.
Para além da estação ferroviária, haverá ligação com o futuro Sistema de Mobilidade do Mondego, a rede de transportes públicos urbanos, táxis, modos de mobilidade suave, assim como estacionamento de ‘park and ride’.
Os processos do concurso de concessão do troço entre Aveiro e Coimbra da linha de alta velocidade, onde estará incluída a construção da nova estação de Coimbra-B, deverão ser lançados no final de 2023, referiu a IP, prevendo que a primeira fase da linha de alta velocidade (entre Porto e Coimbra) esteja concluída em 2028 e a segunda fase (entre Coimbra e Carregado) até 2030.
*Com Lusa
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