
O arrefecimento da compra de casas é um dos efeitos do cenário económico atual sobre os negócios imobiliários. Mas, ainda assim, a procura de casas continua a ser bem superior à oferta existente, pressionando a criação de empresas no ramo da construção. É isso mesmo que se tem verificado nos primeiros cinco meses de 2023, com o nascimento de 2.613 empresas no setor da construção, mais 4% face ao mesmo período do ano anterior. Já no ramo imobiliário foram criadas menos 234 empresas. Os processos de insolvência aumentaram nas duas atividades neste período.
Há boas notícias para a atividade económica do país: o número de novas empresas cresceu 6,3% desde o início do ano até 31 de maio, tendo sido constituídos mais 1.383 negócios do que no mesmo período de 2022, revela o barómetro da Informa B&D num comunicado enviado às redações. Entre os setores que aumentaram mais o número de novas empresas neste período está os Transportes (+90%), o Alojamento e Restauração (+12%), os Serviços Gerais (+6,3%) e a Construção (+4,0%). Em concreto, no setor da construção nasceram 2.613 empresas nos primeiros cinco meses do ano.
Mas também houve vários setores que registaram um recuo de novas empresas, entre os quais estão as Atividades Imobiliárias. Entre janeiro e maio de 2023, foram criadas 2.219 imobiliárias, menos 9,5% face a igual período do ano passado. Além deste, estão ainda os setores das Tecnologias da informação e comunicação (-7,3%), as Indústrias (-8,9%) e a Agricultura e outros recursos naturais (-11%).
Insolvências sobem no imobiliário e na construção
No que diz respeito aos novos processos de insolvência já não há boas notícias. “Até 31 de maio, 803 empresas iniciaram um processo de insolvência, mais 13% (+91 processos) que no mesmo período de 2022”, refere a mesma publicação.
Aqui, a construção destaca-se pela negativa, tendo registado 140 empresas a iniciarem um processo de insolvência neste período, mais 63 processos do que um ano antes (+82%). Também o imobiliário registou 35 empresas a arrancar com processos de insolvência nos primeiros cinco meses de 2023, mais 11 do que no ano anterior (+45,8%). O atual contexto marcado pela subida dos preços dos materiais, alta inflação, subida dos juros e instabilidade legislativa pode ajudar a explicar estes números.
Por outro lado, verifica-se que em Portugal encerraram 4.832 empresas, o que representa uma descida de 7,6% (-398 encerramentos) face ao mesmo período de 2022. Aqui, verifica-se que fecharam 397 imobiliárias e 479 empresas de construção, mais 8,2% e menos 9,6% do que no ano passado.
“Numa análise aos últimos 12 meses, os encerramentos aumentaram em mais de metade dos setores de atividade quando comparado com os 12 meses anteriores. As maiores subidas vão para os setores das Tecnologias da informação e comunicação (+12%) e Atividades Imobiliárias (+6,5%)”, analisam ainda.
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