Fachada vai ser conservada e o telhado reabilitado. Edifício em Lisboa já é pequeno para acolher mais 40 mil obras de arte.
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Obras no Museu Nacional de Arte Antiga
Museu Nacional de Arte Antiga Google Maps

O Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, vai iniciar obras no sistema de ar condicionado em julho e, em seguida, nas fachadas e telhado, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Mas continua a aguardar expansão para edifícios que já foram adquiridos na Avenida 24 de julho.

Contactado pela Lusa sobre o ponto da situação das intervenções previstas no PRR para este museu nacional, localizado na Rua das Janelas Verdes, o diretor, Joaquim Caetano, revelou que ao longo de junho decorrerá uma reorganização interna no museu para preparar o início das obras.

“Este mês temos de fazer as deslocações internas de gabinetes para começarem as obras, depois há uma primeira obra a começar já em julho, que diz respeito ao ar condicionado, e, a seguir, o processo mais avançado é o da envolvente externa, de fachadas e telhado”, descreveu o responsável.

De acordo com informação do portal Mais Transparência, no âmbito do PRR foi atribuído um financiamento de 4,97 milhões de euros para intervenções no neste museu, dos quais já foram pagos 1,06 milhões, tendo como data de início 18 de janeiro de 2022 e prazo de conclusão 31 de março de 2026. Os concursos para as obras serão lançados pela Associação de Turismo de Lisboa.

As obras inscritas no projeto – indica o mesmo portal – abrangem a conservação/beneficiação da fachada norte, reabilitação/remodelação das coberturas (ala do antigo Palácio Alvor) e a conclusão do restauro da Capela das Albertas.

“Estamos à espera que entrem os novos dirigentes para o Património Cultural – Instituto Público e a empresa Museus e Monumentos de Portugal para fazer um ponto da situação”, acrescentou o diretor do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), que acolhe um acervo de mais de 40 mil peças de pintura portuguesa, escultura, artes decorativas e mobiliário dos séculos XII a XIX.

De acordo com o diretor do MNAA, “outro projeto que estava consignado, era o da renovação do piso intermédio, onde estão sobretudo as artes decorativas, mas está um pouco mais demorado porque a orçamentação era bastante superior ao disponível, e trata-se agora de o adequar”.

Atualmente, a direção do museu aguarda reuniões com a tutela, e depois com os projetistas, para a definição de um calendário, “e só então se poderá saber se o museu fechará na totalidade ou em parte”.

Reabilitação de museus
Museu Nacional de Arte Antiga Google Maps

Obras de expansão do museu para edifícios na 24 de julho estão atrasadas

Nos últimos 60 anos, o Museu Nacional de Arte Antiga recebeu mais cinco mil peças para o seu acervo, o mesmo período que aguarda por obras de expansão, anunciadas este ano para edifícios que já foram adquiridos na Avenida 24 de julho. As últimas grandes obras de expansão deste museu datam de 1937, “portanto quase há um século”, avaliou o diretor da instituição, que considera este alargamento “absolutamente fundamental".

Em janeiro deste ano, o então primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Cultura da altura, Pedro Adão e Silva, anunciaram a aprovação, em Conselho de Ministros, de 10 milhões de euros para a aquisição de três edifícios para o projeto de ampliação do museu. Entretanto estes imóveis já foram adquiridos pela empresa de capitais públicos Estamo – Participações Imobiliárias. O projeto previa quatro edifícios, um deles adquirido anteriormente pela Câmara Municipal de Lisboa, em 2016.

“[Expansão do museu] é uma necessidade sentida e expressa há mais de 60 anos pelos sucessivos diretores do museu”

Para o prosseguimento do projeto “tem de haver um plano prévio do museu, um plano de arquitetura e um concurso para as obras, que terão de ser internacionais porque será uma obra grande”, observou o diretor do MNAA. “Nós já temos um estudo de volumetria e de ocupação global dos espaços, mas só com o os projetistas é que se trabalhará no acerto concreto da museografia”, acrescentou Joaquim Caetano.

“Por outro lado, todos os museus desta dimensão, nacionais, se renovaram nos últimos 20 ou 30 anos devido às novas necessidades nas áreas técnicas, de conservação e restauro, de reservas, de análise e circulação de peças, que se compadecem muito pouco com edifícios antigos”, descreveu, sustentando que atualmente realizam-se muito mais exposições do que há cem anos, e, por isso, “as peças circulam de forma intensa”.

Outra razão da necessidade do crescimento do museu tem a ver com a acessibilidade: “Levar o museu à Avenida 24 de julho é para nós essencial porque temos um problema enorme para receber camionetas de visitantes de escolas e turismo. O transporte público também é mais regular e com maior oferta daquele lado do que do lado da Rua das Janelas Verdes”.

“Por todas estas razões é imprescindível [avançar com o projeto de expansão do museu]. Agora resta saber se há vontade política para o fazer”, disse o responsável pela direção do MNAA.

*Com Lusa

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