Ex-presidente do Benfica apresentou uma proposta para pagar a caução de 3 milhões, que foi aceite pelo juiz Carlos Alexandre.
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Luís Filipe Vieira vai pagar a maior parte da caução de 3 milhões de euros através de imóveis de sociedades detidas em nome dos dois filhos: 2,8 milhões de euros serão pagos desta forma e os restantes 200.000 euros em dinheiro. A decisão de aceitar esta forma de pagamento estava nas mãos do juiz de instrução do processo “Cartão Vermelho”, Carlos Alexandre, que deu aval a esta forma de pagamento.

A notícia é avançada pelo ECO, que adianta que o ex-presidente do Benfica tem agora de constituir e registar a hipoteca e fazer prova do depósito dos 200 mil euros para ficar em liberdade, já que o arguido se encontra em prisão domiciliária desde o dia 10 de julho.

Esta é a segunda tentativa, desta vez bem sucedida, de Vieira ficar em liberdade, depois da primeira proposta de pagamento da caução ter sido recusada, escreve a publicação, recordando que Vieira tinha dado como garantia as ações no clube e mais 400 mil euros, que correspondem a parte de um imóvel avaliado em 1,2 milhões de euros.

Segundo o ECO, estavam em causa as ações do Benfica (quase 4% da SAD do clube) que o arguido apresentou para pagar a caução. O Ministério Público terá entendido que o valor das mesmas não deve ser o atual valor de mercado, devido ao interesse do empresário norte-americano John Textor em adquirir 25% da SAD benfiquista. A volatilidade dos títulos tem sido elevada nos últimos seis meses, com os mesmos a valorizarem bastante – passaram de um mínimo de 2,2 euros em abril para um máximo de 4,4 euros em julho. 

Num despacho proferido no dia 27 de julho, Carlos Alexandre justificou esta tomada de decisão não por adoção “acéfala e seguidista” das propostas do Ministério Público (MP), mas por não estarem reunidas condições que garantiam a estabilidade e segurança desta forma de pagamento. Paralelamente, também disse não aceitar a forma de prestação da caução através da constituição de penhora sobre os valores imobiliários com as características de avaliação oferecida por Luís Filipe Vieira.

Vieira e mais três detidos no âmbito do processo

De recordar que, no seguimento do processo “Cartão Vermelho”, foi imposta como medida de coação a Luís Filipe Vieira “a proibição de contactar, por qualquer meio, com os demais arguidos (com exceção do arguido Tiago Vieira, seu filho) e ainda com Nuno Sérgio Durães Lopes, António Rodrigues de Sá, Vítor Manuel Dantas de Machado, José Gouveia, Diogo Chalbert Santos, Vítor Fernandes e qualquer administrador ou funcionário do Novo Banco, bem como membro da administração da Sport Lisboa e Benfica SAD”. Vieira encontra-se ainda prisão domiciliária, sujeita a levantamento com o pagamento da respetiva caução.

Além de Vieira foram detidos no âmbito deste processo o empresário José António dos Santos, conhecido como o “rei dos frangos”, que terá de prestar uma caução de dois milhões de euros, o filho de Vieira, Tiago Vieira, que tem de pagar uma caução de 600 mil euros, e o agente de futebol Bruno Macedo, que terá de pagar uma caução de 300 mil euros.

*Notícia atualizada às 14h03 do dia 5 de agosto de 2021 com a novidade de que o juiz Carlos Alexandre aceitou a nova forma de pagamento da caução proposta por Luís Filipe Vieira.

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