
Os bancos continuam a apostar forte na venda de carteiras de crédito malparado (Non-Performing Loans, NPL). Um dos mais ativos é o Montepio, que vendeu, na reta final de 2021, uma carteira de crédito malparado por 253 milhões de euros. Sabe-se agora que há outra grande operação na calha: trata-se de uma carteira de malparado e imóveis que ronda, ao todo, 1,4 mil milhões, sendo que inicialmente deverá sair do banco um portfólio de 500 milhões.
Segundo o Jornal Económico, os grandes players da compra de carteiras de ativos problemáticos, como por exemplo a Davidson Kempner Capital Management, a Bain Capital e a Arrow Global, não estão a ser convidados a participar, tendo o Montepio contratado o banco de investimento japonês Nomura, através da sucursal de Londres, para estruturar a operação. Esta será, de resto, a última grande carteira de NPL portuguesa a ir para o mercado.
Cerca de metade da carteira, ou seja, aproximadamente 700 milhões de euros, está relacionada com imparidades constituídas pelo banco. A publicação adianta que a operação de venda no mercado deverá começar com um portfólio na ordem dos 500 milhões de euros, estando a estruturação da operação a cargo de Vasco Bouça, Head of Portugal no Nomura.
O Nomura estará a auscultar o mercado, mas num grupo restrito de investidores, o que parece sugerir que a Associação Mutualista irá ter um papel nessa operação através da sua empresa Bolsimo, que opera como servicer.
De acordo com a publicação, a Associação Mutualista Montepio Geral poderá querer ficar com a tranche de maior risco na carteira da sua Bolsimo, desde que o banco possa vender à sua acionista, sem que o Banco de Portugal se oponha.
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