O fundo imobiliário Invesfundo II foi criado em 2005 no seio do Grupo Espírito Santo (GES) que na altura estava empenhado em apostar no setor imobiliário. Foi este fundo que uniu o BES, o Montepio e o construtor José Guilherme para desenvolver projetos na Amadora. Mas no final de 2020 o fundo apresentou dívidas de 85 milhões de euros e, agora, o tribunal decidiu mesmo decretar a sua insolvência.
A insolvência do Invesfundo II foi aprovada pelo tribunal da comarca de Lisboa na semana passada, depois da sociedade gestora, a Gesfimo, ter feito o pedido no final de 2021, refere o ECO. Agora, o fundo está nas mãos do administrador de insolvência David Duque. E é a ele que os credores terão de reclamar as dívidas durante os próximos 30 dias.
E quem são os credores? O Novo Banco e o Montepio fazem parte de um grupo de mais de 20 credores deste fundo imobiliário, onde se encontram também o Estado, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Gesfimo, e o próprio José Guilherme, lê-se no processo no Citius citado pela mesma publicação.
Só ao Novo Banco e ao Montepio as dívidas do fundo ascendiam aos 85 milhões no final de 2020. Mas um perdão de parte da dívida ficou acordado com os bancos no plano de recuperação (PER) de 2018, fazendo os créditos bancários descer para os 66 milhões. Havia ainda a possibilidade de as instituições financeiras receberem o montante perdoado, mas para isso era preciso que a venda dos ativos imobiliários do fundo fossem de vento em popa.
Com este plano o fundo imobiliário continuou vivo no mercado, sendo proprietário, sobretudo, de lotes de terreno situados no Marconi Parque, no município da Amadora, que juntos valem perto de 82 milhões de euros. A ideia passava por vendê-los até ao final de 2020, altura em que terminava o PER. Mas a pandemia trocou as voltas ao plano, colocando entraves na venda dos terrenos.
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