Ativos das lojas de produtos para o lar vão a leilão até 30 de setembro para pagar dívidas milionárias que rede belga tem no país.
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Lojas Casa
Lionel Allorge, CC BY-SA 3.0 Creative commons

O grupo Casa Piocheur, conhecido pelo letreiro verde “Casa”, encerrou definitivamente as 13 lojas que operava em Portugal. A decisão foi tomada a 12 de setembro pelo Tribunal Judicial de Sintra, um dia após a realização da assembleia de credores. Mais de 30 trabalhadores foram afetados pelo encerramento, uma consequência direta da incapacidade da empresa em encontrar investidores que recuperassem o negócio.

De acordo com o Jornal de Negócios, a Casa terminou 2024 com 98 colaboradores e deixa dívidas a pelo menos 110 credores, que incluem desde proprietários de lojas a empresas de limpeza e bancos, como o BCP e o Millennium. A insolvência da filial portuguesa foi declarada a 14 de julho, depois de o pedido ter sido submetido a 2 de julho, com a possibilidade de outros credores se juntarem ao processo dentro de 30 dias.

Para tentar recuperar parte das dívidas, os credores decidiram enviar os ativos da empresa para liquidação. O leilão, que começou a 16 de setembro e termina a 30 de setembro, inclui não só os bens logísticos das lojas – estantes, monitores, leitores de códigos de barras e sistemas de videovigilância – como também o stock de artigos de decoração e mobiliário, disponível em estabelecimentos como os de Guimarães, Matosinhos, Aveiro, Lisboa, Portimão ou Loulé. O valor mínimo dos lotes vai de 16 mil euros no Mar Shopping de Loulé a 34 mil euros em Viana do Castelo, lê-se na publicação.

O fecho das lojas portuguesas segue a onda de insolvências da Casa a nível europeu. A casa-mãe na Bélgica pediu insolvência a 5 de março de 2025, suspendendo as atividades no país, enquanto França e Luxemburgo já tinham encerrado lojas no verão. Num comunicado oficial, o grupo destacou: “Como resultado, todas as atividades foram suspensas e estamos (temporariamente) a fechar a nossa loja virtual e as lojas na Bélgica”, agradecendo a confiança dos clientes ao longo de mais de quatro décadas.

Segundo o Negócios, os números financeiros da Casa em Portugal evidenciam a deterioração da situação que levou à insolvência: em 2024, registou prejuízos líquidos de 1,6 milhões de euros, um aumento de 1.312% face ao ano anterior, enquanto as vendas caíram para nove milhões de euros e o EBITDA ajustado desceu 348%, para -1,4 milhões. 

A concorrência crescente de marcas como Espaço Casa, Gato Preto, Hôma, Ikea e Conforama, assim como de plataformas digitais como Temu e AliExpress, terá agravado a situação do grupo.

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