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Procura de escritórios em Lisboa seguirá em alta em 2017. Mas há falta de oferta...
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Continua a haver uma grande procura por escritórios em Lisboa. Uma tendência que também se começa a verificar no Porto. O problema é a escassez de oferta, sobretudo de espaços com grandes áreas, aponta André Almada, responsável da consultora imobiliária CBRE pela área de escritórios.

“Acho que o mercado vai continuar dinâmico do lado da procura, provavelmente vamos acentuar a tendência do pré-arrendamento que já se verificou no último ano e meio. Portanto há otimismo e ele só é relativamente moderado porque a oferta não existe em abundância como gostaríamos”, começa por dizer ao idealista/news.

Segundo o responsável, “para 2017 a oferta começa a ser muito difícil”. “Associado ao facto de não ter havido praticamente construção especulativa nos últimos anos dá-se o ‘boom’ do mercado residencial e a reabilitação foi muito orientada para a área residencial, que consegue obter preços finais superiores à dos escritórios”, explica, adiantando, no entanto, que o cenário tende a mudar: “Neste último trimestre, após o final do verão, começámos a ver ‘players’ nacionais e internacionais a olhar para oportunidades de investir na reabilitação de escritórios e mesmo em produto novo. Acreditamos que isto possa ser oferta disponível no segundo semestre do próximo ano”.

André Almada considera que “é difícil arranjar soluções para as grandes empresas multinacionais que se querem instalar em Lisboa”, devido à escassez de espaços, mas mantém o otimismo: “[Ainda há] coisas [na capital]. Há dois ou três bons terrenos no Parque das Nações, há alguma coisa na Zona Ribeirinha, entre Santos e o Cais do Sodré, há coisas no corredor oeste, há alguns edifícios interessantes no centro da cidade que podem vir a ser reabilitados para escritórios”.

Relativamente à Zona Ribeirinha, o especialista lembra que a EDP vai construir um novo edifício, mais 10.000 m2 no terreno confinante à nova sede, e que nascerá na zona, por exemplo, a futura sede da sociedade de advogados Vieira de Almeida. “Há ainda um grande terreno com capacidade construtiva de 40.000 m2 e algumas coisas para reabilitar. Ainda vai havendo alguma coisa, a questão é que oferta para ocupação imediata acima dos 3.000/4.000 m2 é muito difícil. Quem quiser terá de esperar meia dúzia de meses, no mínimo”, conta.

“Caminho natural será uma subida de rendas”

Esta é uma opinião, de resto, partilhada por Luís Teodoro, responsável pela gestão de ativos imobiliários da CBRE. “Há alguns edifícios que está previsto aparecerem, mas neste momento há poucos projetos que cumpram com os requisitos de vários clientes que temos em carteira, que procuram espaços grandes. Lisboa e também o Porto estão a ser muito procurados, e de facto há essa necessidade de escritórios grandes e de qualidade”.

De acordo com o responsável, a reabilitação urbana “está a canalizar mais produto para o mercado residencial que para o de escritórios, o que faz com que haja mais pressão sobre a disponibilidade de escritórios”. “Diria que a manter-se assim o caminho natural será uma subida de rendas”, conclui.

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