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Nova oferta de escritórios em Lisboa anima setor – ocupação em máximos de 11 anos
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A escassez de escritórios na cidade de Lisboa não é uma novidade. Ainda assim, o mercado tem realizado esforços para colmatar o desfasamento entre a procura e a oferta, numa altura em que quase todos os espaços são “sugados” quase que instantaneamente. Ao todo, no primeiro semestre de 2019 foram absorvidos cerca de 101 mil metros quadrados (m2), naquele que é o maior “take up” dos últimos 11 anos.

Os números dos primeiros seis meses do ano “têm sido animadores para o mercado de escritórios de Lisboa”, de acordo com o dados divulgados pela consultora imobiliária Savills. A colocação de escritórios no mês de junho de aumentou 77% face ao período homólogo, contribuindo “fortemente” para estes resultados na primeira metade no ano.

No total do semestre, as zonas 1 (eixo da Av. da Liberdade à Praça Duque de Saldanha) e 5 (Parque das Nações) estiveram em destaque, somando 52,9% da área alocada. Com exceção da zona 4 (centro histórico), que não registou transações entre janeiro e junho, as restantes zonas apresentaram aumentos face ao mesmo período de 2018. Ao longo dos seis meses foram registadas 93 operações, menos 15 que no mesmo período de 2018.

Entrada de novos edifícios anima mercado

De acordo com Rodrigo Canas, associate director agency department da Savills Portugal, cerca de 34% da ocupação é justificada pela entrada no mercado de novos edifícios. O responsável considera que a sua rápida absorção é “a prova da escassez de espaços para escritórios em Lisboa, sobretudo espaços de grande dimensão e com disponibilidade imediata”, um cenário que “alimenta” os processos de pré-arrendamento ou de “atempada negociação” dos contratos existentes.

Excluindo estes edifícios, refere, ainda assim existiram nove colocações acima dos 2.000 m2  “sinal de que o mercado tem conseguido colmatar, ainda que em zonas secundárias, parte da procura existente”, indica o responsável.

Só em junho registou-se um aumento de 77% face ao mesmo período do ano anterior - foram registadas 19 operações, menos sete do que no período homólogo de 2018. A zona 1, designada como “prime”, e que engloba o eixo da Avenida da Liberdade à Praça Duque de Saldanha, absorveu 64,3% de todo o “take-up” do mês, devido à chegada ao mercado do novo edifício de escritórios Fontes Pereira de Melo (FPM) 41, em Lisboa, com 16.900 m2.

2019 não vai bater (ainda assim) recordes

Segundo a consultora “o ano de 2019, embora tenha vindo a apresentar valores superiores aos de 2018, não deverá fechar acima do take-up recorde dos últimos 10 anos registado no ano transato”.

A “performance” positiva, até ao momento, deve-se sobretudo à entrada no mercado de novos edifícios em zonas com taxas de disponibilidade muito baixas (sobretudo nas zonas 1 e 5), “algo que não deverá repetir-se até ao final do ano, o que limitará novamente a oferta aos escassos espaços existentes”, refere a Savills.

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