Pedro Salema Garção, Head of Agency da Worx, diz que as empresas devem optar, a longo prazo, por um sistema equilibrado entre o escritório e o teletrabalho.
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Escritórios em 2021: “Vamos assistir a maiores renegociações e reduções de área”
Pedro Salema Garção, Head of Agency da Worx Worx

Como é que o mercado de escritórios se vai comportar em 2021, um ano que continua a ser marcado pela pandemia da Covid-19? O teletrabalho vai “obrigar” as empresas a mudar ou a repensar o seu modelo de negócios? Segundo Pedro Salema Garção, Head of Agency da Worx, os principais negócios serão avançados por empresas de grande dimensão. “Vamos assistir a maiores renegociações, reduções de área e, nos casos onde a mudança não é uma prioridade, um maior atraso nos processos”. 

A Worx adianta, em comunicado, que prevê fechar cerca de 10 transações no primeiro semestre de 2021, que representam cerca de 15.000 a 18.000 metros quadrados (m2). E mais: estima que os níveis de confiança no consumidor serão recuperados a partir da segunda metade do ano, o que provocará uma retoma gradual da atividade no mercado de escritórios em Lisboa.

“Porém, a incerteza quanto ao controlo da pandemia tem adiado as tomadas de decisão, prevendo-se menos negócios. Procurar-se-ão contratos de menor duração e espera-se um ligeiro ajuste nas rendas, apesar da renda prime manter-se na marca dos 25€/m2/mês, aproximadamente”, lê-se na nota enviada às redações.

Espera-se um ligeiro ajuste nas rendas, apesar da renda prime manter-se na marca dos 25€/m2/mês, aproximadamente

Segundo a consultora, a procura de espaços mais pequenos e a necessidade de redução da área ocupada por parte das empresas (optando em alguns casos pelo subarrendamento) resultará numa maior oferta de escritórios usados. 

“Com o aumento da oferta acresce também a competitividade entre proprietários na captação de inquilinos. Como resposta, até ao final do ano, haverá mais contribuições de ‘fit-out’ e um aumento dos incentivos”, conclui a Worx, sublinhando que os clientes estão cada vez mais atentos à questão da sustentabilidade. “A nova oferta deverá continuar a ajustar-se, diferenciando-se com os demais certificados ambientais, como por exemplo, o Breeam, Leed e Passivhaus”.

Os cálculos da Worx apontam para um ‘pipeline’ de nova oferta para o mercado entre 2021 e 2024 de cerca de 300.000 m2, sendo que 52% desta área já se encontra em fase de construção. “No entanto, os projetos que ainda não iniciaram obras continuarão a ser adiados enquanto não se verificarem indícios de um aumento da atividade económica”, antevê a empresa.

Há "alguma instabilidade nos projetos em construção" 

Para Pedro Salema Garção, tem-se “assistido a alguma instabilidade nos projetos em construção, na medida em que os promotores têm mostrado preferência em protelar a obra por forma a evitar o impacto da Covid-19 no processo de negociação”.

O especialista considera que, com a tendência do teletrabalho, o mercado de escritórios da capital deverá levar um ano a retomar a sua atividade. "A longo prazo, prevê-se que as empresas optem por um sistema equilibrado entre o escritório e o trabalho remoto, verificando-se cada vez mais a entrada, em Portugal, de empresas internacionais e o reforço das pré-existentes”, conclui.

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