Arrendamento de escritórios caiu 59% em 2023 face ao ano anterior. Mas 2024 deverá ser ano de retoma para setor.
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Investimento em escritórios
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O imobiliário comercial foi posto à prova em 2023. O clima de incerteza marcado pelas mudanças no mercado de trabalho, alta inflação e subida em flecha dos juros provocou uma queda anual de 45% no investimento imobiliário comercial em Portugal, que se fixou nos 1.610 mil milhões de euros no ano passado. E um dos setores mais penalizados foi mesmo os escritórios, que registou mesmo o volume de investimento mais baixo dos últimos dez anos. Mas, agora, o setor de escritórios começa a dar sinais de retoma.

O contexto de instabilidade económica somado à massificação do teletrabalho gerou uma queda no investimento no segmento de escritórios por toda a Europa. E o mesmo se observou em Portugal. Foram investidos 177 milhões de euros no setor dos escritórios em 2023, menos 69% face ao mesmo período do ano passado. Este valor representa mesmo o valor mais baixo de investimento em escritórios em Portugal desde 2013, conclui o WMarket 2023-2024 da Worx.

Entre as principais operações de investimento no segmento de escritórios em Portugal destacam-se:

  • a transação do Castilho 20 entre fundos da Deka Immobilien por 30-35 milhões de euros;
  • a venda do edifício Pier III em Lisboa ao BNP Paribas REIM por cerca de 30 milhões de euros;
  • a aquisição do Malhoa 13 também na capital por um valor entre 15-16 milhões de euros.

Também o arrendamento de escritórios registou uma queda. Em Lisboa, foi ocupado um volume total de 112.474 m2 de espaços de trabalho ao longo de 2023, refletindo uma quebra de 59% face a 2022, “um ano histórico em volume de procura”, destacam em comunicado. Também se observou uma menor procura por grandes escritórios, já que houve apenas três transações acima dos 4.000 m2. A área de expansão, o Parque das Nações e o Corredor Oeste foram as mais procuradas pelas empresas para arrendar escritórios. E o setor das tecnologia, media e telecomunicações (TMT) e ‘utilities’ foi o “maior motor da procura”, sublinham.

O que se sentiu é que, em 2023, “mais de metade das transações registadas dizem respeito a mudanças de instalações, tendo-se verificado uma quebra para metade do número de novas empresas na região de Lisboa. Esta dinâmica deveu-se, em grande medida, às dificuldades sentidas pelas empresas de IT nos processos de recrutamento dada a competitividade do mercado de trabalho”, explica ainda a Worx no documento, dando nota que a taxa de desocupação de escritórios registou um aumento anual de 0,13 pontos percentuais, situando-se nos 9,3%.

Escritórios em Portugal
Foto de Proxyclick Visitor Management System no Pexels

Arrendamento de escritórios vai ganhar fôlego em 2024

No que diz respeito à colocação de edifícios de escritórios no mercado, em 2023 foram concluídos cinco prédios, o que representou um acréscimo de mais de 42.000 m2 do stock em Lisboa. Mas, ainda assim, este valor foi muito inferior ao da nova oferta concluída no ano anterior (130.000 m2). Entre os edifícios concluídos no último ano, apenas dois dizem respeito a construção nova, K Tower e EXEO -Aura, ambos localizados no Parque das Nações. “Esta nova oferta não resultou num aumento substancial da taxa de disponibilidade, uma vez que mais de metade da área total se encontrava previamente arrendada”, explicam.

Para 2024, prevê-se a conclusão de 12 projetos de escritórios que contabilizam cerca de 150.000 m2. Entre os principais projetos em construção, destacam-se o Oriente Green Campus, a nova sede da Câmara Municipal de Oeiras e o EXEO – Echo. A boa notícia é que quase 60% desta área de espaços de trabalho já se encontra pré-arrendada.

“Tendo em consideração a dimensão dos espaços que se encontram atualmente em negociação, prevê-se uma forte dinâmica no nível de ocupação de escritórios no início do ano, a qual deverá contribuir para um volume total anual na ordem dos 160 mil m2 em 2024, em linha com a média dos últimos 10 anos”, conclui a Worx no documento.

Já em janeiro de 2024, o mercado de escritórios em Lisboa observou “uma dinâmica mais robusta” do que no ano anterior, com uma absorção superior a 6.700 m2, sobretudo de “ativos prime em localizações centrais e com instalações modernas”, avançam.

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