existem, ao todo, mais de 57 mil edifícios em lisboa (57.449), dos quais 8.274 (14%) estão em mau ou muito mau estado de conservação. segundo o público, que se baseia em dados recolhidos pela câmara municipal de lisboa (cml), as freguesias de campolide, s. josé, campo grande e anjos são as que têm mais prédios a precisar de obras: 2.912 (238 estão em muito mau estado). situação idêntica vive-se nas freguesias do centro histórico da capital: baixa, bairro alto, graça, penha de frança, campo de ourique e lapa têm 1.740 edifícios em mau estado e 540 em muito mau estado de conservação
segundo a publicação, nas freguesias do lumiar, charneca, benfica e carnide o problema é menos expressivo, havendo 1.096 prédios degradados. já na zona oriental da cidade (olivais, parque das nações, marvila e beato) o número desce para 993 edifícios em mau ou muito mau estado, à semelhança do que sucede na zona ocidental (ajuda, alcântara, belém e s. francisco xavier)
para o presidente da associação lisbonense de proprietários (alp), o número de edifícios em mau ou muito mau estado existentes na capital “é o resultado da manutenção de um sistema de congelamento de rendas, que afectou mais as cidades de lisboa e do porto”. “há inquilinos a pagarem rendas de cinco, dez e 15 euros. é claro que os senhorios não têm dinheiro para fazer obras”, disse luís menezes leitão, citado pelo público
de acordo com o responsável, na capital, a última actualização do valor das rendas aconteceu em 1948, com base nos rendimentos fiscais de 1938. nesse sentido, o líder da alp condena a “política irresponsável” da cml, que permitiu que a situação se tenha arrastado ao longo das últimas décadas
menezes leitão mostra-se, no entanto, algo optimista quanto ao futuro, visto que a nova lei do arrendamento entre em vigor a 12 de novembro. “permitir a liberalização das rendas vai evitar que o centro urbano continue a ser alvo deste cataclismo”, afirmou, salientando que as rendas antigas – anteriores a 1990 – podem aumentar significativamente. em causa estão mais de 255 mil contratos de arrendamento
 
 
 
 
 
 
 
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