
As medidas de coação a aplicar aos 11 detidos na Operação Labirinto, relacionada com a atribuição de vistos gold, devem ser divulgadas hoje (dia 17). Os 11 arguidos – entre eles o diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Manuel Jarmela Paulos, e o presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN), António Figueiredo – já foram interrogados pelo juiz Carlos Alexandre, que convocou os respetivos advogados para estarem presentes no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, esta manhã.
O juiz Carlos Alexandre terá terminado na última noite os interrogatórios, sendo que ontem foram ouvidos a secretária-geral do Ministério da Justiça, Maria Antónia Anes, o empresário Jaime Couto Alves e António Figueiredo.
Depois de apresentada a proposta do Ministério Público (MP) para a aplicação de medidas de coação, as defesas dos 11 detidos podem responder, sendo que a palavra final cabe ao juiz de instrução.
Os 11 detidos são suspeitos de crimes de corrupção, tráfico de influências, peculato e branqueamento de capitais, na sequência de um esquema que visava agilizar a atribuição de vistos gold (também conhecidos como vistos dourados ou golden visa) a estrangeiros que investiam em Portugal, sobretudo no setor imobiliário.
O caso já levou à demissão do ministro Miguel Macedo, por considerar que não tinha condições políticas para se manter no cargo, com o envolvimento nas investigações de pessoas que lhe são próximas – entre elas António Figueiredo e Maria Albertina Gonçalves, com quem mantém uma sociedade.
O programa de vistos gold nasceu em 2013 e prevê a emissão de autorizações de residência para cidadãos estrangeiros, de fora do espaço Schengen, que façam investimentos em Portugal por um período mínimo de cinco anos.
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