
O ritmo de atribuição de vistos gold caiu bastante na sequência da operação Labirinto, investigação que levou à detenção de 11 pessoas suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influências e peculato. Em dezembro foram atribuídos apenas 86 vistos (68 a cidadãos chineses), cerca de metade dos 161 concedidos no mês anterior e bem menos que os 211 emitidos em outubro.
Segundo o Jornal de Negócios, que se apoia em dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), as notícias de corrupção na atribuição dos vistos dourados – como também são conhecidos – provocaram uma retração na procura de autorizações de residência de investimento (ARI), sobretudo por parte de chineses, que representam 80% dos vistos concedidos até agora.
“Desde novembro que assistimos a uma quebra muito grande na procura por parte de cidadãos chineses”, revelou Miguel Poisson, diretor-geral da imobiliária ERA Portugal.
Uma opinião, de resto, partilhada pelo presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, Luís Lima: “Sem dúvida. Desde essa altura que se nota alguma apreensão por parte dos investidores chineses”.
Desde que foi criado o programa de atribuição de vistos gold, em outubro de 2002, foram concedidos, até 31 de dezembro do ano passado, 2.022 vistos. Através da compra de casas, no valor mínimo de 500.000 euros, foram emitidos 1.916, num investimento que atingiu os 1,11 mil milhões de euros. Por transferência de capital, no mínimo de um milhão de euros, foram atribuídos 103 vistos, representando um investimento de 117,3 milhões de euros. Já por criação de emprego, no mínimo de dez postos de trabalho, foram concedidos três vistos.
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