
Reis Campos, presidente da Federação Portuguesa dos Industriais da Construção e do Imobiliário (FEPICOP), mostra-se preocupado com o facto de 2015 ter sido o “pior ano de sempre” a nível de investimento público. “Sem investimento público, sem resposta aos pedidos dos privados que querem investir em Portugal e com a internacionalização das empresas a sofrer duros revezes em países como Angola, o setor entra em colapso”, alertou.
Os últimos dados disponíveis referentes às obras públicas mostram que em novembro os valores dos concursos lançados em Portugal e as adjudicações atingiram mínimos históricos: 1,125 mil milhões de euros em concursos lançados, pouco mais que um quarto face aos 3,9 mil milhões em 2000, e as adjudicações não chegaram aos mil milhões de euros.
Para Reis Campos, “se nada for feito” irá assistir-se a uma “situação desastrosa do setor”. “Já se sabe que o Orçamento do Estado para 2016 nada trará a nível de investimento em obras públicas, toda a gente conhece a situação económica do país. A verdade é que a internacionalização ajudava a minimizar o problema, com os mercados externos a compensar a falta de obras em Portugal, mas com o arrastar da crise em Angola estamos a assistir a um regresso das construtoras e dos seus trabalhadores, o que é muito grave para um setor que perdeu, só nos últimos cinco anos, 36 mil empresas e 262 mil postos de trabalho”, disse o responsável, em declarações ao Dinheiro Vivo.
Nesse sentido, é urgente tomar medidas, sendo que a aposta na reabilitação urbana tem de ser real. Mas falta o mais importante. “Os instrumentos de financiamento a particulares para que possam investir na recuperação de imóveis”, alertou Reis Campos, salientando que os investidores estrangeiros “acabarão por escolher outro país”.
Para poder comentar deves entrar na tua conta