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Proprietários culpam inquilinos por arrendamentos ilegais a estudantes
GTRES

Proprietários e inquilinos estão de costas voltadas. Pelo menos no que diz respeito ao arrendamento de casas e/ou quartos a estudantes. “É um negócio dos inquilinos que não pagam impostos, não passam recibos e metem o dinheiro ao bolso”, alertou o presidente da Associação Nacional de Proprietários (ANP), António Frias Marques. Do lado dos inquilinos, Romão Lavadinho, líder da Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL), culpabiliza o Governo e o Estado.

Segundo António Frias Marques, o arrendamento a universitários não é feito pelos proprietários, mas sim pelos inquilinos que fazem subarrendamentos. “Conheço muitos casos em que as pessoas alugam as casas e nem se quer lá vivem, fazem um dinheirão com isso, é a chamada economia paralela”, contou à Lusa, acrescentando que estes inquilinos “pagam rendas mixurucas, porque os senhorios não podem atualizar as rendas”.

Trata-se de uma situação que se verifica em todas as zonas do país onde há universidades. “Não há fiscalização nenhuma”, criticou.

Romão Lavadinho, presidente da Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL), adiantou que o arrendamento de quartos a estudantes universitários “é um problema que não tem a ver com os inquilinos”, mas sim “com a situação das famílias portuguesas, que tendo baixos rendimentos veem-se obrigadas muitas vezes a arrendar uma parte das suas casas a estudantes”.

Para o líder da AIL, o problema não é dos inquilinos e também pode não ser dos proprietários. “O problema é do Governo, é do Estado. O Estado é que devia garantir o mínimo de condições aos estudantes que se têm que deslocar de fora da cidade, de fora de Lisboa para vir estudar para a universidade”, afirmou, frisando que o Estado devia garantir habitações a preços acessíveis para os estudantes.

Com uma posição diferente, o presidente da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), Luís Menezes Leitão, afirmou que o arrendamento a estudantes “é perfeitamente legal”, por funcionar através de “um contrato de arrendamento de quartos”. “Se for praticado por inquilinos, consideramos a situação abusiva, porque o inquilino está, neste caso, a obter lucros à custa de um imóvel que é de outrem e que lhe foi arrendamento para habitação [...]. Não é ilegal, mas é abusivo", explicou Luís Menezes Leitão, sugerindo que a possibilidade de subarrendamento por parte dos inquilinos seja repensada.

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