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Dos oito imóveis que o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) levou a leilão, esta quinta-feira, só três foram vendidos: o número 42 da Travessa do Cabral, um terreno na Rua do Século Nº 188 e outro terreno no Largo da Ajuda Nº 15-17. O CHLC reúne-se hoje (28 de setembro) para analisar os resultados do leilão, já que cinco imóveis não tiveram interessados, revelou ao idealista/news fonte oficial do CHLC. 

Com a venda destes três imóveis, o CHLC vai arrecadar 1,7 milhões de euros, sendo que os restantes cinco que ficaram desertos poderiam ter significado um encaixe de pelo menos 5,36 milhões de euros, tendo em conta o preço base de licitação. 

Dos imóveis que “mudaram de mãos”, o mais concorrido foi um terreno vazio no número 188 da Rua do Século: foi arrematado por 809.000 euros, mais 170.000 euros que o seu preço base de licitação. 

No que diz respeito ao terreno localizado no Largo da Ajuda, foi vendido por 533.000 euros, que era o seu valor base de licitação. Já o número 42 da Travessa do Cabral foi arrematado por 370.000 euros, mais 30.000 euros que o seu preço de saída.

De referir que o edifício no qual funciona a ADECO, uma creche atualmente com 86 alunos, ficou de fora da lista de propriedades para venda depois de a Câmara Municipal de Lisboa ter assegurado que queria formalizar a sua compra.

Para esta sexta-feira, o CHLC tem agendada uma reunião com o objetivo de analisar os resultados do leilão, que se realizou no auditório do Alto dos Moinhos. O facto de os imóveis terem um preço base de licitação elevado pode ter estado na origem da fraca adesão – a sala estava longe de estar cheia – e ter afugentado interessados, comentou a mesma fonte.

O que explica o insucesso do leilão

  • Investidores mais prudentes: Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal diz que “claramente os investidores do centro de lisboa estão muito mais prudentes. Há uma clara perceção que os preços já estão no seu máximo e começa ser arriscado fazer projetos de investimento por valores acima do preço por metro quadrado (m2)”, aponta, citado pelo Jornal de Negócios.
  • Muita pressão no centro: António Duarte Silva, que arrematou um dos imóveis, o terreno no Largo da Ajuda, disse ao diário que só o fez porque não houve mais ninguém interessado em pagar o valor base de licitação, os já referidos 533.000 euros. “Não iria muito além deste valor. Começa a haver muita pressão no centro”, referiu, frisando que “o mercado está distorcido” e “muito dependente dos investidores estrangeiros”. 
  • Preços base acima do que seria normal”: Já Frederico Mondoça, partner da consultora imobiliária Cluttons, disse que os imóveis que foram a leilão são “muito transacionáveis”, mas criticou o facto de alguns dos preços base estarem “claramente acima do que seria normal”.
  • Má publicidade: À saída do auditório, um dos licitadores queixava-se, citado pelo Público, que o CHCL não soube publicitar de forma adequada o leilão e que essa poderá ter sido uma das razões para se registar tão pouca afluência e vendas.
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