Garantia é dada por Paulo Silva, Head of Country da consultora Savills Portugal.
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“Produtos destinados à classe média já começam a ser um objetivo dos promotores”
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Estarão os promotores imobiliários cada vez mais apostados em trazer ao mercado oferta para a classe média portuguesa? Para Paulo Silva, Head of Country da Savills Portugal, a resposta a esta pergunta é sim. “Mantêm-se os desequilíbrios entre a oferta e a procura, já existindo evidência de que irão sofrer ajustamentos nos próximos anos, por aumento da oferta. Os produtos destinados à classe média já começam a ser um objetivo dos promotores, facto que representa uma boa notícia para este segmento de mercado”, referiu, em comunicado.

Um estudo realizado pela consultora imobiliária Savills Portugal conclui, por exemplo, que “o mercado residencial português vive um momento intenso, tendo sido considerado o segmento mais bem-sucedido no mercado imobiliário em Portugal”.

Segundo o mesmo, Lisboa e Porto assistiram entre 2013 e 2019 a uma predominância da reabilitação urbana face a projetos de promoção nova, uma preferência que se deve, em parte, aos maiores benefícios fiscais.

“Em resposta a esta procura, assistimos à mudança de utilização de um volume muito considerável de edifícios para uso residencial. Na cidade de Lisboa é estimado que cerca de 100.000 metros quadrados (m2) de edifícios de escritórios tenham sido reconvertidos para uso habitacional”, lê-se no documento. 

A Savills conclui ainda que o fenómeno da reabilitação urbana tem tido um impacto mais marcante sobretudo nos centros de Lisboa e do Porto, representando entre 2015 e 2019 dois terços do total de projetos submetidos a licenciamento. 

Um cenário que poderá mudar em breve. “Em Lisboa, a reabilitação urbana tem vindo constantemente a ganhar espaço face aos projetos de promoção (no número de apartamentos observa-se a mesma tendência), pelo que a aposta em projetos de raiz é uma oportunidade de mercado que se assume cada vez mais como uma necessidade a ser colmatada. Na cidade do Porto o peso da construção nova tem sido historicamente superior ao observado em Lisboa, tendo vindo a aumentar nos últimos anos”, salienta a Savills.

Para Alexandra Gomes, Senior Analyst da Savills Portugal, “tanto o valor total como o número de casas transacionadas na Área Metropolitana de Lisboa têm vindo a aumentar consecutivamente desde 2013”. “O ano de 2018 fechou com mais de 62.000 transações, que correspondem a um montante de 12 mil milhões de euros. A tendência para 2020 é que a boa performance anterior se mantenha. O desvio claro da mão de obra e dos promotores na pós-crise para os projetos de reabilitação é notório ao considerarmos os edifícios novos concluídos”, disse, citado no comunicado. 

Já Eurico Alves, Analyst da Savills Portugal, considera que a reabilitação urbana continuará a “predominar o ‘pipeline’ dos concelhos de Lisboa e do Porto”. Isto porque, entre outros motivos, os custos de construção são “tendencialmente menores na reabilitação face à promoção e os preços de venda dos fogos reabilitados (por influência da procura e da localização)” são “superiores aos dos fogos novos”.

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