Navegar em portais, fazer visitas virtuais, falar com agentes imobiliários, simular créditos à habitação, tudo é possível sem sair de casa.
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Guia para comprar casa em plena crise do coronavírus
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A crise sanitária e económica provocada pelo coronavírus em Portugal tem vindo a paralisar as operações de compra e venda de casas, de uma forma global. Mas este período de confinamento pode ser um bom momento para procurar um novo lar e começar a preparar o processo de aquisição, tudo remotamente. Preparámos, por isso, um guia que visa ajudar quem pensa em comprar casa, que inclui nomeadamente dicas sobre como encontrar um crédito à habitação à distância. 

Os portais imobiliários continuam 100% disponíveis em todos os seus formatos (web, telemóvel, apps), sendo a altura certa para aproveitar todas as suas vantagens (fotos, descrições, detalhes, etc.) e fazer uma lista dos imóveis que gostas ou te interessam. Podes usar as ferramentas de guardar as pesquisas e de favoritos.

Além disso, podes contactar os vendedores, sendo aliás muito recomendável fazê-lo. Ainda que não possas visitar fisicamente o imóvel, sim que podes esclarecer dúvidas que te permitam conhecer melhor a casa ou até solicitar uma visita virtual. A imobiliária ou o proprietário podem enviar-te mais fotos e conteúdo multimédia, como renders, informar sobre o estado da propriedade ou a sua disponibilidade, e dar-te mais informação que não esteja detalhada no anúncio.... inclusivamente se o preço é negociável - algo provável nos dias que correm.

Se, além do mais, contactares uma imobiliária, o agente pode indicar outros imóveis que se encaixem dentro do perfil que estás à procura. 

E se encontrares alguma casa que te interessa de verdade, é recomendável que dês outros passos para conhecer melhor o imóvel: podes pedir o registo da propriedade, perguntar sobre os gastos de condomínio ou se tem alguma carga atual ou prevista... 

Se não conheces bem a zona, deverás também fazer uma investigação online sobre a mesma: que serviços públicos existem, escolas, ginásios, transportes, supermercados.... não te esqueças que uma parte fundamental da decisão de compra de uma casa é onde está e a área envolvente.

Como pedir um crédito à habitação à distância

Um ponto importante: faz contas ao esforço que implica a compra, mas além do valor desembolsado na compra da casa em si mesma, calcula também outros gastos, como o valor mensal da prestação do crédito à habitação, impostos, escrituras, custos da mudança, compra de móveis, obras, se forem necessárias...

Para ver qual é o valor da prestação do crédito à habitação que mais se adequa às tuas necessidades, utiliza um simulador online.

Podes inclusivamente comparar diferentes ofertas de bancos, e até fazer um pedido online para saber se o banco te daria crédito. Mas lembra-te, os bancos não dão aprovações 100% válidas até que comprovem todos os teus dados com documentação e se realiza a avaliação do imóvel. Inclusivamente muitos não têm um valor inicial, sendo que fazem uma solução à medida de cada cliente.

Assim, sendo que já tens uma casa apalavrada, ou se ainda estás à procura, podes começar a pedir um crédito à habitação. Serviços como o de idealista/news permitem que sejam enviados pedidos a vários bancos sem saires de casa, sem custo e sem qualquer tipo de compromisso, e isto pode ajudar-te a ir ganhando tempo. Inclusivamente podes falar com os agentes do banco remotamente, para que te ajudem a entender melhor as suas ofertas e fazer comparações.

Os peritos que fazem as avaliações de imóveis, continuam a funcionar, seguindo procedimentos adaptados às contigências de confinamento da pandemia.

Por último a formalização: esta é a parte do processo que atualmente é mais complexa. Por um lado, a maioria dos bancos - até ao momento - exigia a abertura de contas e a assinatura de outros documentos que ainda não tinham um processo digitalizado, e por outro lado, porque os notários apenas estão a realizar atos de urgência comprovada, e sempre sob marcação prévia.

No entanto, há forma de contornar este obstáculo. De modo a ultrapassar o encerramento de diversos notários, várias transações de imóveis têm sido realizadas através de Documento Particular autenticado (DPA), em lugar da escritura pública. Sendo que a escritura pública é sempre lavrada por notário, elaborada e subscrita por si e pelos outorgantes, o DPA é assinado apenas pelos intervenientes, podendo ser exarado pelos prórios ou pela entidade autenticadora, sem o outorgar nem o subscrever com as partes. Este documento pode ser autenticado e depositado por advogados, notários, solicitadores ou conservadores.

"Apesar da situação de confinamento que vivemos, desde casa podemos fazer muitas coisas e aproveitar para avançar com os processos de procura de uma nova casa; apenas temos que aproveitar as ferramentas e os profissionais disponíveis", argumenta Juan Villén, responsável de idealista/hipotecas.

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2 Comentários:

Nuno Saraiva Sequeira
27 Março 2020, 23:56

No caso de haver uma escritura agendada para esta altura quando a casa está habitada pelos os clientes vendedores. actuais proprietários a situação torna-se complicada. Com as restrições para sair de casa e contratar uma empresa para fazer a mudança, obrigar literalmente uma família a sair da sua casa, como é possível? Como se gere esta situação, escritura marcada, os clientes compradores querem logo a casa e não são flexíveis mesmo tendo conhecimento da actual situação, em contrapartida os clientes vendedores mesmo que quisessem não podem sair nem fazer uma mudança de casa devido às restrições impostas durante o Estado de Emergência. Já para não mencionar, que também não estão permitidas as saídas de casa para ir aos notários fazer escrituras públicas. Começa por aí o incumprimento das regras do Estado de Emergência.

lebotanique
3 Abril 2020, 16:21

É óbvio que não. Só um louco ou quem não tem qualquer noção da realidade é que iniciaria um processo de compra ou venda de imóvel nesta altura. A questão dramática é de quem tem urgência e se encontra a meio de um processo, isso sim é um drama. Já agora, para quem anda à procura de conselhos não os procure no idealista, Remax, Century21, ERA e na vasta rede de oportunistas ao seu serviço. Todas estas entidades vão lutar com todas as suas forças para que o preço dos imóveis não desça do seu patamar louco e especulativo que alcançaram. Usem algo em vias de extinção - o senso comum. É óbvio que as casas têm de cair a pique perante a crise que aí vem. Não comprem, não alimentem a loucura. Deixem os abutres morrer à fome.

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