Proprietários reclamam a isenção de impostos em sede de IRS e IMI nas rendas congeladas antigas.
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A Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) defende que deve ser aprovada pelo Parlamento, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), uma isenção total de impostos – em sede de IRS e de IMI – a todos os rendimentos provenientes de contratos de arrendamento congelados, celebrados em período anterior a 1990.

Além disso, a associação pede um “choque fiscal” para o imobiliário, propondo também a extinção do AIMI, criado em 2017, e conhecido como “Imposto Mortágua”. Uma taxa que, segundo a ALP, provocou um “terramoto na confiança dos proprietários e um encaixe fiscal marginal nos cofres do Estado, que nunca chegou a centena e meia de milhões de euros desde que foi criado, apesar do fulgor que vive o setor imobiliário em Portugal”.

Para a ALP, estas duas medidas seriam um “inequívoco” sinal político de que existe vontade de iniciar um novo capítulo nas políticas de habitação pública no país, “com o Estado a trabalhar com os privados, que detêm 98% das casas do país, na resposta à emergência habitacional que foi criada e sucessivamente agravada pela adoção de medidas erradas, que destruíram a confiança de investidores e proprietários, deixaram os jovens e a classe média sem resposta às suas necessidades habitacionais, e contribuíram para a degradação do edificado e das cidades”.

No entender dos proprietários, a isenção integral de IRS e IMI nas rendas congeladas antigas reporia “alguma justiça”, num momento em que “os proprietários continuarão a ser forçados, por mais um ano, a assumir uma função social que não lhes compete, com nova prorrogação – a terceira – do prazo transitório que colocaria um ponto final ao congelamento de rendas habitacionais em Portugal”.

“O congelamento das rendas não é ficção: é uma história do passado, que mina o futuro da habitação em Portugal”, diz Iolanda Gávea, vice-presidente da ALP, citada no comunicado. “Esta realidade mantém-se em 2022 e irá manter-se também em 2023, sendo suportada integralmente há mais de um século pelos proprietários de imóveis, que são forçados a ser o complemento social dos seus inquilinos, e deixando os mais jovens sem casas para habitar”, afirma.

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