Renda mediana chegou aos 6,55 euros/m2 no segundo trimestre de 2022, diz INE. E subiu em todas as regiões do país.
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Rendas das casas a subir
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A subida da inflação tem pressionado – e muito – as carteiras dos portugueses. Está a diminuir o poder de compra e a começar a afastar os portugueses da compra de casa - as transações caíram em junho - já que diminui a poupança, aumenta os encargos com os juros nos créditos habitação e encolhe o valor que os bancos podem emprestar. Neste contexto, e apesar das rendas estarem também mais caras, o arrendamento está a ganhar dinamismo, com o mercado a crescer. O número de contratos subiu 2,1% no segundo trimestre de 2022 face ao mesmo período de 2021 e , segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta quinta-feira, dia 29 de setembro, as rendas medianas subiram 8,6% entre estes dois momentos, chegando aos 6,55 euros por metro quadrado (euros/m2) no segundo trimestre do ano.

Entre abril e junho de 2022, “a renda mediana dos 21.005 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares em Portugal atingiu 6,55 euros/m2. Este valor representa um aumento de 8,6% face ao período homólogo de 2021, sendo a variação homóloga mais elevada desde o segundo trimestre de 2021”, informa o INE no seu mais recente boletim. Face ao trimestre anterior, a renda mediana aumentou 6,3% no segundo trimestre de 2022.

Também houve mais famílias a arrendar casa entre abril e junho deste ano (+2,1%) comparando com o mesmo período do ano passado, quando foram registados 20.568 novos contratos de arrendamento. Ainda assim, o gabinete de estatística português destaca, contudo, “a forte desaceleração face ao comportamento verificado no trimestre anterior”, quando subiu 23,8% em termos homólogos.

Em que regiões as rendas das casas mais subiram? E desceram?

A tendência de subida das rendas das casas também foi observada em todos os territórios portugueses, ou seja, nas 25 sub-regiões. Com crescimentos homólogos superiores a 10%, destaca-se a Região Autónoma da Madeira (+16,3%), Alto Tâmega (+14,8%), o Médio Tejo (+14,2%), o Tâmega e Sousa e a Região Autónoma dos Açores (ambas com +13,5%), o Ave (+13,0%) e as áreas metropolitanas de Lisboa (+12,8%) e do Porto (+10,3%).

E onde é que é mais caro arrendar casa? No cimo da tabela está a Área Metropolitana de Lisboa (9,95 euros/m2), Algarve (7,41 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (7,35 euros/m2) e Área Metropolitana do Porto (7,06 euros/m2).”

“Do conjunto das sub-regiões com valores medianos de rendas superiores ao nacional - Área Metropolitana de Lisboa, Algarve, Região Autónoma da Madeira e Área Metropolitana do Porto –, apenas o Algarve (+6,5%) registou uma taxa de variação homóloga inferior à observada para o conjunto do país”, diz o INE.

E onde é mais barato arrendar casa? Tal como em anteriores trimestres, Terras de Trás-os-Montes (2,88 euros/m2) registou a menor renda mediana por m2 de novos contratos de arrendamento, lê-se no documento. No fundo da tabela está também o Alto Alentejo (3,08 euros/m2) e a sub-região Beiras e Serra da Estrela (3,33 euros/m2).

Onde é que os contratos de arrendamento mais têm subido?

Contabilizaram-se 21.005 novos contratos de arrendamento entre abril e junho de 2022, mais 2,1% do que no período homólogo. Mas quais são os territórios onde as famílias têm arrendado mais casas? De acordo com o INE, houve uma subida no número de contratos superior a 10%, sobretudo no interior do país:

  • Viseu Dão Lafões (+26,2%);
  • Alto Minho (+14,8%);
  • Beiras e Serra da Estrela (+14,5%);
  • Terras de Trás-os-Montes (+12,7%).

Ainda assim, “as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto concentraram 52% dos novos contratos de arrendamento (51% no primeiro trimestre) e registaram uma evolução face ao trimestre homólogo de +1,2% e +1,6%, respetivamente”, destaca o instituto.

Por outro lado, 8 das 25 sub-regiões registaram um decréscimo no número de novos contratos de arrendamento face ao período homólogo, sendo que no trimestre anterior se tinham verificado acréscimos em todas as regiões. As variações homólogas negativas ocorreram na:

  • Região Autónoma dos Açores (-22,1%);
  • Baixo Alentejo (-12,0%);
  • Alto Tâmega (-9,8%);
  • Algarve (-8,6%);
  • Douro (-6,6%);
  • Alto Alentejo (-3,8%);
  • Região Autónoma da Madeira (-1,9%);
  • Alentejo Litoral (-1,3%).
Arrendar casa em Portugal
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Municípios com mais de 100 mil habitantes: onde é que as rendas mais sobem?

Olhando para os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, salta à vista que a renda mediana dos novos contratos de arrendamento aumentou em todos no segundo trimestre, exceto em Barcelos, onde se manteve constante.

Os maiores aumentos das rendas das casas em termos homólogos foram registados em:

  • Vila Nova de Famalicão (+25,2%);
  • Funchal (+20,7%);
  • Cascais (+19,6%);
  • Seixal (+15,9%);
  • Porto (+15,7%).

O INE destaca um conjunto de municípios que apresentaram simultaneamente taxas de variação homóloga da renda mediana por m2 e do número de novos contratos de arrendamento superiores às do país:

  • Almada (+13,0% nas rendas e +12,0% nos contratos);
  •  Lisboa (+14,6% e +9,2%);
  • Maia (+10,8% e +22,6%);
  • Vila Nova de Famalicão (+25,2% e +5,1%);
  • Leiria (+13,2% e +9,0%).

Por outro lado, também houve concelhos que se destacaram por apresentarem variações homólogas da renda mediana e do número de novos contratos de arrendamento inferiores às do país:

  • Santa Maria da Feira (+8,0% rendas e -5,2% nos novos contratos);
  • Amadora (+7,3% e -2,1%);
  • Sintra (+8,6% e -4,2%);
  • Vila Franca de Xira (+7,5% e -4,9%);
  • Guimarães (+2,7% e -0,4%);
  • Coimbra (+7,9% e -8,8%)

Já “Barcelos (+0,0% e +10,9%) e Loures (+7,6% e +6,6%) registaram taxas de variação homóloga da renda mediana por m2 inferiores à do país e taxas de variação homóloga do número de novos contratos de arrendamento superiores”, lê-se no documento.

Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes onde é mais caro arrendar casa no segundo trimestre de 2022 destaca-se Cascais (12,78 euros/m2 Lisboa (12,61 euros/m2 Oeiras (11,00 euros/m2 Porto (10,15 euros/m2 Almada (9,71 euros/m2). Por outro lado, é em Barcelos, Guimarães e em Santa Maria da Feira, onde é mais barato arrendar uma habitação (4,04 euros, 4,23 euros/m2 e 4,48 euros/m2, respetivamente).

“No segundo trimestre de 2022, tal como no trimestre anterior, todos os municípios com mais de 100 mil habitantes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, com exceção de Santa Maria da Feira (4,48 euros/m2) e Gondomar (6,17 euros/m2), registaram rendas medianas superiores à nacional, mas variações homólogas diferenciadas”, conclui o INE.

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