Rendas das casas são inferiores à mediana nacional em 166 concelhos. O idealista/news mergulhou nos dados do INE e explica tudo.
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Rendas baratas em Portugal
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O atual contexto económico marcado pela inflação leva as famílias a fazer contas à vida e a refletir sobre como e onde querem viver. Comprar casa continua cada vez mais caro, os juros do crédito habitação estão a subir e os montantes emprestados pelos bancos a encolher. E há cada vez mais portugueses a escolher arrendar casa, havendo mais de 21 mil novos contratos de arrendamento em Portugal.

A boa notícia é que, apesar das casas para arrendar estarem também a ficar mais caras, de uma forma geral, e sobretudo nos grandes centros urbanos, há pelo menos 166 municípios onde a renda da casa é, atualmente, inferior à mediana nacional, que atingiu os 6,25 euros por metro quadrado (euros/m2) nos últimos 12 meses terminados em julho. Mergulhando nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicados esta quinta-feira, dia 29 de setembro, mostramos quais são os municípios onde arrendar casa é mais barato em Portugal, sem perder de vista também onde as são as rendas mais caras.

Arrendar casa em Portugal tem agora um custo mais elevado, com o preço mediano das rendas a chegar aos 6,25 euros/m2 no segundo semestre de 2022 (últimos 12 meses), um valor 7,4% superior ao mesmo período do ano passado, quando a renda de uma casa custava 5,82 euros/m2, mostram os dados mais recentes do gabinete nacional de estatística.

Mas viajando pelo mapa de Portugal, salta à vista que a maioria dos municípios (83%) registou rendas das casas inferiores à mediana nacional. Isto contabilizando os 200 concelhos com dados disponibilizados pelo INE, num total de 308 municípios que compõem o país. Ou seja, em grande parte do território nacional é possível arrendar uma casa de 100 metros quadrados (m2) por um preço inferior a 625 euros mensais (6,25 euros/m2).

O que também salta à vista é que há 27 concelhos onde as rendas das casas apresentam valores inferiores a 3 euros/m2. Nestes municípios, arrendar uma casa de 100 m2 custa menos de 300 euros mensais, isto é, menos de metade da mediana nacional. E, destes, contam-se apenas seis onde é possível pagar 250 euros ou menos de renda da casa.

Quais são os municípios onde é barato arrendar casa em Portugal?

Sem surpresa, é no interior do país onde os preços das casas para arrendar são mais acessíveis. Foi o município de Castro Daire que arrecadou o primeiro lugar. Aqui arrendar uma casa custa, em termos medianos, 2,31 euros/m2 nos últimos 12 meses terminados no segundo semestre de 2022. Ou seja, é possível arrendar uma habitação de 100 m2 por 231 euros mensais.

Em segundo lugar está Carregal do Sal, onde a renda mediana se fixou nos 2,35 euros/m2 neste período, revelam os dados do INE. Em terceiro está Moimenta da Beira (2,4 euros/m2) e em quarto Sátão (2,42 euros/m2). Estes quatro municípios que apresentam rendas mais baratas do país situam-se no distrito de Viseu. Já o quinto, Melgaço situa-se no distrito de Viana do Castelo e apresenta uma renda mediana de 2,49 euros/m2.

E onde é mais caro arrendar casa?

“No primeiro semestre de 2022 (últimos 12 meses), 34 municípios apresentaram rendas acima do valor nacional (6,2 eurosm2)”, referiu o gabinete de estatística português no documento. E continua a ser em Lisboa onde as famílias têm de desembolsar mais euros para arrendar uma casa: a renda mediana situou-se nos 11,86 euros/m2. O que quer dizer que pagar a renda de uma casa de 100 m2 custa, em termos medianos, 1.186 euros mensais, cerca do dobro da mediana nacional.

Também em Cascais arrendar uma habitação tem um preço semelhante, de 11,56 euros/m2. Entre os municípios com rendas mais caras destaca-se ainda Oeiras (10,50 euros/m2), Porto (9,38 euros/m2), Almada (9,01 euros/m2) e Amadora (9,00 euros/m2).

Neste ranking dos 10 concelhos com os preços das casas para arrendar mais elevados, seis municípios pertencem ao distrito de Lisboa, dois ao distrito do Porto (Porto e Matosinhos), um a Setúbal (Almada) e um a Faro (Lagos).

Onde há mais e menos contratos de arrendamento no último ano?

O mercado de arrendamento está mais dinâmico e os dados do INE vêm provar isso mesmo. Só no último ano terminado no primeiro semestre de 2022 foram selados em Portugal 92.308 novos contratos de arrendamento residencial, mais 7,6% do que no período homólogo, o que se traduz num aumento de 6.505 contratos entre estes dois momentos.

O concelho que reuniu o maior número de novos contratos de arredamento firmados foi Lisboa (10.191), seguido do Porto (4.796), que apresenta, contudo, menos de metade dos arrendamentos. Sintra foi o terceiro município que registou maior procura por casas para arrendar no último ano, com 3.184 novos contratos de arrendamento assinados.

O que também salta à vista é que as famílias continuam a arrendar casa nos grandes centros urbanos, em Lisboa e no Porto, onde se concentram as rendas mais caras de todo o território nacional. E a lei da oferta e da procura diz-nos que esta dinâmica é responsável, em grande parte, por fazer subir os preços das casas para arrendar, já que continua a haver uma alta procura para uma oferta estruturalmente escassa.

Enquanto os municípios mais caros para arrendar casa somam milhares de novos contratos, os concelhos com as rendas mais baixas somam apenas dezenas. Castro Daire, o município que oferece as rendas mais baixas de todo o país, foi o que apresentou o menor número de contratos (33) - Paredes de Coura, no distrito de Viana do Castelo, segue-lhe as pisadas.

Dos municípios que apresentam as rendas mais baratas de todo o país, Macedo de Cavaleiros, em Bragança, é o que soma o maior número de contratos de arrendamento – 91 neste período -, seguido de Sátão e Valpaços, ambos com 63 contratos.

Nesta lista de 10 municípios onde foram arrendadas menos casas nos últimos 12 meses terminados em julho, há dois situados nas ilhas: Machico, na ilha da Madeira, onde foram selados 35 novos contratos e Velas, na ilha de São Jorge nos Açores, onde foram fechados 36 novos contratos de arrendamento.

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