O aumento da oferta de casas para a classe média portuguesa está na ordem do dia, nomeadamente no mercado de arrendamento. Um problema ao qual o Governo pretende dar resposta com algumas medidas que constam no programa Mais Habitação, já aprovado no Parlamento. A verdade é que, nas duas principais cidades do país, são poucas as casas com rendas acessíveis que têm sido entregues, face à enorme procura. Em Lisboa, por exemplo, só 2% dos candidatos consegue uma habitação.
Segundo a Renascença, que se apoia em dados do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e das câmaras municipais de Lisboa (CML) e Porto (CMP), na capital há 50 vezes mais pedidos que casas disponíveis. Os números são esclarecedores:
- Nos últimos cinco anos (desde 2018), a autarquia entregou 1.100 casas em regime de arrendamento acessível, tendo recebido, no mesmo período, 57.600 candidaturas;
- Significa isto que o município consegue dar resposta a menos de 2% das candidaturas efetuadas, havendo em média cerca de 52 candidaturas para cada habitação.
Ainda relativamente a Lisboa, a câmara liderada por Carlos Moedas revela que há, em média, 3.200 candidaturas por cada concurso.
Casas para a classe média no Porto: 192 entregues em 20 concursos
Relativamente à CMP, a autarquia liderada por Rui Moreira adianta que conseguiu fazer chegar 192 habitações em arrendamento acessível através do programa “Porto com Sentido”, escreve a publicação, adiantando que as habitações em causa foram atribuídas em 20 concursos. O número de pessoas que se candidataram não é revelado.
A ambição do município passa por colocar 1.000 fogos em regime de arrendamento acessível entre o património da câmara e dos proprietários que queiram colocar as suas habitações a preços controlados em troca de benefícios ficais (programa semelhante ao do IHRU).
Já o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), que está sob tutela do ministério da Habitação, diz ter atualmente 1.050 casas em arrendamento acessível, que se encontram sobretudo em Lisboa e Porto. Sobre as que tem em sua posse – um programa que foi criado pelo IHRU mais recentemente –, 36 já estão a ser habitadas nas duas cidades, tendo havido 803 candidaturas válidas para esse programa em concreto. “O grosso da operação está em fase de projeto ou empreitada”, adianta o instituto, salientando que o objetivo passa por colocar 1.500 casas no mercado.
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