Entre os proprietários que têm casas arrendadas há quase a certeza de que o Governo vai voltar a limitar os aumentos de rendas em 2024. Estudo da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) revela ainda que metade dos senhorios inquiridos estão a ponderar abandonar o arrendamento devido à desconfiança.
Num inquérito realizado entre 7 e 15 de agosto, mais de 92% dos senhorios inquiridos dizem acreditar que o Governo vai voltar a impedir que as rendas sejam atualizadas nos termos da lei no próximo ano. Além disso, metade dos inquiridos (49,2%) afirma que se o Executivo voltar a fazer uma intervenção administrativa no arrendamento “irá fazer uma reflexão sobre a sua continuidade neste mercado”.
Uma fatia de 37% quer que seja o Governo a subsidiar os inquilinos e não os proprietários a suportar as perdas de rendimentos e absorção do impacto da inflação. Defendem, por isso, que deve ser o Executivo através do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) "a conceder subsídios aos inquilinos carenciados que não consigam suportar os aumentos da inflação legal sobre o valor da sua renda".
Os proprietários defendem ainda que o Governo deve sentar-se à mesa com as estruturas representantes dos proprietários e inquilinos e conseguir um acordo na matéria da atualização das rendas para 2024.
"A atualização das rendas para 2024 é mais uma incerteza que paira no arrendamento, entre as muitas, nomeadamente o que vai acontecer ao congelamento de rendas, que desespera desde fevereiro sem notícias da tutela sobre o seu futuro, ou sobre a inconstitucionalidade do malogrado pacote Mais Habitação. Milhares de senhorios portugueses foram os únicos agentes económicos que sofreram fixação de preços e só vão ser ressarcidos parcialmente do brutal aumento do custo de vida de 2023 no IRS de 2024, com o crédito fiscal anunciado que, como a ALP denunciou não cobre integralmente as perdas”, refere Luís Menezes Leitão, Presidente da ALP, citado em comunicado.
“Estamos apreensivos. Como indica este mini-inquérito, que teve uma adesão muito expressiva, numa semana em que a maioria dos portugueses estão de férias, os proprietários, infelizmente, estão habituados a arbitrariedades. E estas arbitrariedades resultam sempre em menos casas para habitar”, conclui Menezes Leitão.
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