
O mercado de arrendamento tem vindo a ser pressionado dos últimos três anos por via da procura. Há cada vez mais famílias a procurar casas para arrendar em Portugal, mas a oferta não tem acompanhado esta tendência. E os resultados estão à vista: as rendas medianas das casas arrendadas a nível nacional subiram 28% desde 2020. Mas vários municípios populosos viram as rendas aumentar ainda mais, como é o caso do Funchal, Setúbal e Cascais, onde os valores medianos cresceram na ordem dos 50%. Também Lisboa e o Porto estão na lista dos 10 municípios onde as casas para arrendar ficaram mais caras nos últimos três anos.
Não é novidade que o acesso às casas para arrendar está cada vez mais difícil em Portugal. A procura alimentada por portugueses, imigrantes, estrangeiros e nómadas digitais tem vindo a aumentar nos últimos anos. Mas a oferta de casas para arrendar continua a ser escassa, de tal forma que em 2023 sentiu-se um ligeiro arrefecimento no número de contratos de arrendamento assinados. E vários especialistas já anteciparam que as medidas contempladas no Mais Habitação podem ter o efeito contrário ao pretendido, diminuindo ainda mais o número de casas para arrendar no país.
Este desequilíbrio entre a alta procura e a escassa oferta é um dos principais responsáveis pelo aumento das rendas das casas em Portugal nos últimos anos. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados na semana passada, revelam que a renda mediana dos novos contratos de arrendamento assinados em Portugal foi de 7,25 euros por metro quadrado (euros/m2) no terceiro trimestre de 2023. Este é um valor 10,5% superior ao registado no período homólogo. Mas se olharmos para as rendas medianas praticadas três anos antes (5,66 euros/m2 no verão de 2020), o crescimento é ainda maior (+28%).
Rendas das casas subiram quase 50% no Funchal, Setúbal e Cascais
A verdade é que o INE registou um aumento da renda mediana em todos os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes face ao período homólogo, com as subidas mais expressivas a serem registadas em Setúbal (+23,1%) e Lisboa (+20,9%), revelam os mesmos dados.
E onde é que as rendas das casas mais subiram nos últimos três anos? Olhando para os concelhos mais populosos do país, salta à vista que foi no Funchal, em Setúbal e em Cascais onde o valor mediano das rendas mais aumentou (na ordem dos 50%).
Logo a seguir está o município de Lisboa, com as casas arrendadas a ficarem 38% mais caras desde 2020, fixando o preço nos 15,79 euros/m2 no verão de 2023 – o maior valor registado neste período. O concelho do Porto também se encontra no top10 das maiores subidas das rendas em três anos: o valor mediano cresceu 34% para 11,66 euros/m2 no final de setembro.
Houve também grandes municípios portugueses que viram as rendas das casas aumentar nos últimos três anos menos que a mediana nacional (28%). É o caso da Maia, Santa Maria da Feira, Guimarães, Amadora, Leiria e Coimbra.
Claro está que é aqui onde se encontram as casas para arrendar mais caras do país. Contas feitas, a renda mediana no conjunto dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes fixou-se em 9,15 euros/m2 no terceiro trimestre de 2023, um valor que está 26% acima da mediana nacional.
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