Vários produtos e serviços essenciais vão ficar mais caros no próximo ano, como o gás, portagens, comboios e telecomunicações.
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Subida de preços em 2024
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O ano de 2024 vai ficar marcado por um aumento generalizado de preços dos produtos e serviços que usamos no dia a dia, muito embora a inflação esteja a desacelerar – e muito - estando abaixo dos 2%. Desde logo, as rendas das casas vão poder ser atualizadas em 6,94%, o valor mais elevado desde 1994. E também o preço da luz vai subir 3,7% a partir de janeiro. Mas não ficamos por aqui: o pão, o gás, as portagens, os transportes públicos e as telecomunicações vão ficar mais caras em 2024. Fica a saber neste guia quais são os produtos e serviços essenciais que vão aumentar o preço em 2024 e impactar a tua carteira.

Rendas das casas podem ser atualizadas até 6,94%

Rendas das casas a subir
Foto de Andrei Berescu no Pexels

Ao contrário do que aconteceu em 2023, em que a subida das rendas ficou limitada a 2%, em 2024 as rendas das casas vão poder ser atualizadas até 6,94%, em linha com a inflação. Esta é mesmo a atualização das rendas mais elevada desde 1994.

Para alguns inquilinos a subida poderá, no entanto, ser mais acentuada já que a lei permite ao senhorio somar a este valor o dos dois anos anteriores – caso tenha optado por não atualizar as rendas em 2022 e 2022. Nestes casos, aos 6,94% podem, assim, ser somados, os 2% permitidos em 2023 e os 0,43% relativos ao ano anterior. Mas pode também suceder que não haja aumento, já que a atualização das rendas não é obrigatória e o senhorio pode optar por não o fazer.

De notar ainda que o Governo socialista – hoje em gestão – reforçou os apoios aos inquilinos para fazer face a esta potencial subida das rendas, mediante o reforço do apoio extraordinário (+4,94%) e ainda aumentando a parcela das rendas dedutível no IRS para 600 euros.

Conta da luz vai subir 3,7% a partir de janeiro

Preço da luz vai subir em 2024
Foto de Anastasia Latunova no Pexels

O preço da eletricidade vai aumentar em 3,7% em janeiro, no mercado regulado, face a dezembro, um valor superior ao que a ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos previa em outubro.

Este aumento das tarifas transitórias de venda a clientes finais abrande os “que permaneçam no mercado regulado (que representam 6,3% do consumo total e 936 mil clientes, respeitantes ao final de outubro de 2023), ou que, estando no mercado livre, tenham optado por tarifa equiparada”.

No que diz respeito à variação média anual das tarifas transitórias de venda a clientes finais em Baixa Tensão Normal (BTN) esta é de 2,9%, sendo que “estes acréscimos estão em linha com a inflação prevista para 2024, o que representa uma variação nula em termos reais”, indicou.

“Este acréscimo tarifário, superior ao anunciado em outubro, deve-se a um maior diferencial de custo da produção com remuneração garantida (PRG), do que o inicialmente previsto”, justificou o regulador.

No mercado liberalizado, apenas a EDP Comercial anunciou que, a partir de janeiro, vai reduzir a componente 'energia' em 21% face às “condições mais favoráveis” do mercado na tentativa de mitigar o aumento das tarifas de acesso às redes, mas sem antecipar as tarifas finais.

Preço do gás já aumentou 0,6% em outubro

preço do gás sobe
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As tarifas do gás natural para as famílias no mercado regulado aumentaram 0,6% em outubro, face aos preços praticados em setembro. Já face ao preço médio do ano gás anterior (2022-2023), os consumidores em mercado regulado sofreram um acréscimo médio de 1,3% no preço de venda final.

Este aumento implicou uma subida média mensal entre dez e 15 cêntimos para as duas categorias mais representativas de clientes, um casal com dois filhos e um casal sem filhos, respetivamente.

A Galp, por sua vez, aumentou os preços em média em 4%, enquanto a EDP desceu o preço do gás em cerca de 20%, a partir de outubro.

Pão vai ficar mais caro em 2024

Preço do pão sobe em 2024
Imagem de fancycrave1 por Pixabay

O preço do pão vai voltar a subir no próximo ano face aos aumentos dos custos de produção, indicou à Lusa a Associação do Comércio e da Indústria da Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP).

“Terão que ser feitos ajustamentos aos preços de venda, de forma a mitigar os aumentos nos custos dos fatores de produção”, antecipou, em resposta à Lusa, o presidente do Conselho Fiscal da ACIP, Helder Pires, sem precisar valores.

Além do preço das matérias-primas, os custos com os salários têm penalizado o setor, que assinala também dificuldade em contratar mão de obra.

Portagens sobem 2,04% no próximo ano

Portagens mais caras em 2024
Foto de takahiro taguchi na Unsplash

A inflação que serve de referência à atualização anual das portagens aponta para um aumento de 1,94% em 2024, ao qual deve somar-se 0,1% que as concessionárias podem aplicar como compensação pelo limite à subida de preços que lhes foi imposto em 2023.

Assim, a conjugação da taxa de inflação que serve de referência ao aumento das portagens com a contrapartida prevista, resulta num aumento de 2,04%, o que corresponde a menos de metade da subida observada em 2023.

Mas a chegada do novo ano trará também reduções de preços, sobretudo de portagens em vários lanços e sublanços de antigas SCUT no interior e no Algarve.

Transportes públicos mais caros: bilhetes de comboio sobem 6,25%

Comboios mais caros
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A CP – Comboios de Portugal já anunciou os novos preços para 2024, com uma subida média de 6,25% nos bilhetes para o Alfa Pendular e o Celta e de 6,43% nos restantes.

De acordo com o aviso publicado pela CP, “o valor das assinaturas e dos passes não sofre qualquer alteração”.

Com as novas tarifas, em vigor a partir do dia 1 de janeiro, um bilhete de Alfa Pendular entre Lisboa e Porto, em segunda classe, só ida, por exemplo, passa de 31,90 euros para 33,90 euros. Já o mesmo percurso no Intercidades passa a custar 26,85 euros, face aos atuais 25,25 euros.

Os passes Navegante, para circular na Área Metropolitana de Lisboa (AML), vão manter o preço em 2024. Mas para quem não tem passe mensal, andar de metro na capital vai ficar mais caro: as novas tarifas para os títulos ocasionais serão atualizadas a 1 de janeiro e, no caso do bilhete de Metro (e da Carris, se comprado em antecipação), passará a 1,80 euros, quando até aqui custava 1,65 euros, o que representa um agravamento de 9% ou 15 cêntimos.

Telecomunicações: operadores vão atualizar preços em 2024

Preço das telecomunicações a subir
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Os três principais operadores de telecomunicações Meo (Altice Portugal), NOS e Vodafone Portugal vão aumentar os preços no próximo ano, depois de há um mês o regulador Anacom ter pedido "contenção" na subida.

De acordo com informação disponível no 'site', a Meo "irá atualizar os seus preços de acordo com as condições contratuais em vigor". No que respeita às mensalidades de serviços pós-pagos móveis, a atualização entra em vigor a 1 de janeiro de 2024, com o valor mínimo contratualmente previsto de 50 cêntimos com IVA.

E a 1 de fevereiro, será feita a atualização das mensalidades de serviços fixos com televisão e convergentes. "Aos cartões móveis adicionais será aplicado o valor mínimo contratualmente previsto de 50 cêntimos (com IVA)", lê-se no 'site' da Meo.

Por sua vez, a NOS explica que "o contexto inflacionista tem vindo a agravar os custos do setor das comunicações" e que, neste contexto, "atualizará o preço dos serviços" segundo o IPC. "Esta atualização incide sobre as mensalidades de serviços bem como as tarifas extra 'plafond'" e "os novos preços entrarão em vigor a 1 de fevereiro de 2024 e cada cliente poderá consultar a sua atualização específica no 'site' da NOS, a partir de 23 de janeiro de 2024", adianta.

Também a Vodafone Portugal refere no seu site que vai atualizar o preço dos seus serviços de telecomunicações, a partir de 1 de fevereiro de 2024, sendo o aumento calculado através da inflação.

 

Inspeção de automóveis mais cara

inspeção de carros 2024
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O valor da inspeção de automóveis vai subir 1,70 euros em 2024, para 35,89 euros, enquanto a inspeção de motociclos sobe 86 cêntimos, para 18,08 euros.

Segundo a deliberação do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), o valor base, sem IVA, da inspeção periódica obrigatória (IPO) de ligeiros sobe para 29,18 euros, contra os atuais 27,80 euros.

Por sua vez, a inspeção de motociclos, triciclos e quadriciclos vai subir de 14,00 euros para 14,70 euros.

Entre os pesados, o aumento do valor base é de 2,08 euros, subindo de 41,69 para 43,68 euros. Com IVA, a subida é de 2,56 euros, totalizando 53,73 euros para clientes.

*Com Lusa

*Notícia atualizada dia 2 de janeiro, às 8h56, com informação sobre as inspeções

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