
Nunca “nasceram” tantas empresas em Portugal como no ano passado, tendo sido criadas 51.320 empresas – foi ultrapassada pela primeira vez a fasquia das 50.000. Em alta estão companhias relacionadas com o setor da construção, o mesmo não acontecendo com as que integram o setor das atividades imobiliárias, que recuaram 17% face a 2022 (-987 constituições). Em causa estão dados divulgados pela Informa D&B.
“A constituição de empresas mostra uma recuperação robusta desde a queda verificada em 2020, no primeiro ano da pandemia. Face a 2022, o crescimento verificado em 2023 é de 4,7% (+2.302 constituições de empresas)”, refere em comunicado a empresa especialista no conhecimento do tecido empresarial, salientando que o “crescimento da constituição de empresas foi transversal à grande maioria dos setores”.
Em destaque estão, no entanto, os setores dos transportes, construção e alojamento e restauração, responsáveis por um terço das novas empresas criadas em 2023.
No caso da construção, adianta a empresa, manteve-se no ano passado “a tendência de crescimento que se tem verificado desde 2020, registando em 2023 o valor mais alto de constituições dos últimos 10 anos”. “Neste setor, destaca-se a construção de edifícios (residenciais e não residenciais)”, lê-se na nota.

Estão a “nascer” menos empresas de atividades imobiliárias
Segundo a Informa D&B, entre os setores que recuaram na criação de empresas destacam-se as atividades imobiliárias (-987 constituições; -17%), as tecnologias da informação e comunicação (-72 constituições; -2%) e as indústrias (-63 constituições; -3%).
“Atividades imobiliárias e tecnologias da informação e comunicação invertem a tendência de crescimento dos últimos anos”, indica.
No que diz respeito aos encerramentos, fecharam portas no ano passado 13.362 empresas, o que representa uma descida de 9% face a 2022. Os dados são ainda, no entanto, provisórios, uma vez que ainda existem publicações de 2023 a serem efetuadas pelo Registo Comercial, explica a Informa D&B, antecipando que é de esperar que os encerramentos de empresas superem os de 2022.

Insolvências crescem 18% em 2023
Relativamente às insolvências, aumentaram 18% face a 2023, com 1.917 novos processos. “Este crescimento segue-se a dois anos com valores anormalmente baixos neste indicador e que refletiram o efeito de muitas das medidas de apoio iniciadas no período pandémico. Ainda assim, o número de processos de insolvências está 13% abaixo de 2019, o último ano antes da pandemia”, conclui a empresa.
De referir que a subida das insolvências foi transversal a quase todos os setores de atividade, com exceção do alojamento e restauração, agricultura e outros recursos naturais e energias e ambiente, que registaram menos processos de insolvência do que em 2023.
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